Hoje, além de se preocupar com ela, você se preocupa como ela está. Fica tentando descobrir o que a levou a estar desse jeito.
O que foi que a levou ao nervosismo?
Participante: o que acontece no trabalho, os problemas que tem lá.
Esqueça. Tem gente que vive problemas muito maiores do que os dela nos seus locais de trabalho e não se estressa desse jeito.
O que a levou a viver o nervosismo? O filtro emocional.
Participante: a programação dela?
Isso. O que a levou a viver o nervosismo foi a programação. Não há motivos ou razões para isso.
No caso dela, pode ser uma situação muito pequena, que não estressaria ninguém, mas o filtro dela vai fazer a coisa parecer de grandes proporções.
Participante: concordo com o que o senhor está falando, mas alguém com certeza apertou o botão para o programa rodar.
Não.
Ninguém tem a capacidade de apertar o botão para fazer um programa do processo encarnatório rodar. Pelo menos ninguém que você tenha a capacidade de perceber. Por isso, lhe digo que quem apertou o botão para o programa dela rodar foi o próprio programa como um todo.
Foi o filtro do mundo da ação que viu uma situação, o racional que tomou a consciência de que a situação, seja qual for, era muito complicada. Depois disso, o filtro emocional foi ativado e escolheu o estresse para reagir ao acontecimento.
Por isso estou dizendo que não foi ninguém. Você imagina que o causador do estresse que sua esposa vive é o chefe ou outros companheiros de trabalho, mas não é. Tudo se origina nos filtros, ou seja, naquilo que é usado para formar a convivência com as coisas do mundo.
Tudo vem dela mesmo, tudo nasce nela mesmo. A realidade, seja qual for, é gerada por filtros e não por fatores externos.
Ter este conhecimento também lhe trará mais paz. Hoje você fica preocupado procurando saber porque ela está estressada porque imagina que conseguirá dar soluções para que ela saia do estado que está.
Participante: entendi o que o senhor está falando. Só fico aqui me perguntando como vou ajuda-la, então.
Ajudar é ato, é boca. Por isso tudo sairá no momento que tiver que sair.
Participante: fico aqui a imaginando chegando em casa. Só de vê-la na porta já sei o que está sentindo. Na verdade, é o meu filtro gerando a ideia de que ela está nervosa, estressada.
Perfeito: é o seu filtro que gera a ideia de que ela está desse ou daquele jeito. Não é ela que está.
É dessa forma que você interage com o mundo. Achar que sua esposa está nervosa é o modo como você interage com determinada forma que o seu programa cria.
Participante: mas agora.
Calma. Você já está querendo adiantar as coisas.
O que lhe disse é que a primeira utilidade prática de tudo isso é saber que você não é assim, mas que o seu filtro reage dessa forma. Preocupe-se apenas com isso agora. Saiba que não é você que está reagindo dessa forma, mas que possui um filtro que vê o estado dela e que gera a ideia da preocupação. Este é o primeiro passo, há outro que já vamos falar.
Estou falando isso porque se não der esse passo, ainda achará que é você que está preocupado com ela.