Participante: entendo tudo o que o senhor fala. Sinto profundamente a verdade de tudo isso. Mesmo antes de ouvir os seus ensinamentos já pensava desta forma. Mas, de vez em quando eu paro e penso se tudo isso é realidade ou se eu estou me enganando querendo ter uma visão romântica da realidade.
Homem de pouca fé…
Deixe-me dizer uma coisa. Você não pensa! É Deus através do ego que está lhe dando este pensamento. Quando isso acontecer, não se prenda a ele: “se eu estiver certo, estou, mas se não estiver, não estou”.
Ouça bem o que vou lhe dizer agora. Não há como se compreender e se comprovar racionalmente o trabalho de elevação espiritual. A própria existência do espírito, por mais que um ser humanizado tenha visões ou percepções desta, ainda é uma coisa à qual ele não pode bater o martelo e afirmar categoricamente que existe.
Então, veja bem. Exerça a sua fé em Deus, ou seja, diga: “Deus, eu confio em você e por isso, não confiarei em tudo que vier à minha mente. Deus eu confio em você, me ajude a ver a verdade no coração e não na razão”. Ele lhe ajudará…
O problema é que o que vocês querem mesmo é chegarem à conclusão que estão certos. Querem ter a certeza material, ou seja, anseiam que exista uma conclusão racional que possa ser alcançada e que afirme que estão perfeitamente certos.
Foi assim que aconteceu com Pedro. Quando olhou para baixo e quis compreender como podia estar andando sobre a água, afundou. Por isso, quando falei deste assunto, brinquei e falei que era um homem de pouca fé, como Cristo se referiu a Pedro neste episódio.
Viva o seu momento: “estou em cima da água, estou”. Para quê saber o porquê e o como?
Hoje falamos muito aqui da liberdade que o espírito pode alcançar: a liberdade do “eu” material criado pelo ego. Quando ela for real, ou seja, quando você espírito se libertar das verdades que o pensamento dá, das preocupações, angústias e medos racionais que o ego dá, só sobrará uma coisa para você fazer: viver…
Vou lhe dar um exemplo. Você será pai daqui a pouco e imagina que isso é a coisa que mais lhe realizará. Mas, pergunte a quem já tem neto se eles se realizaram mais quando foram pais ou agora que são avós? Com certeza dirão que se realizaram mais agora.
Isso porque agora eles não têm mais a preocupação com a criação do filho. Essa preocupação são verdades que o ego lhe coloca – “você é responsável, por isso precisa trabalhar mais para poder colocar seu filho na melhor escola, para dar as melhores roupas, os melhores brinquedos” – e que você vivencia como obrigações. Com isso deixa de viver a sua paternidade, o seu relacionamento com seu filho(a).
Foi o que falamos quando abordamos no estudo de hoje o assunto “viver a vida através de papéis”. Quando se libertar do ego, deixará de ser pai, deixará de ter todas as obrigações que um pai tem e aí não precisará esperar ser avô para curtir a criança.
Então veja. Vamos até dizer que os ensinamentos que transmito estejam errados. Que tudo isso que estou falando é mentira. Será que compensaria ouvi-los?
Qual o resultado da prática deles? A vivência da felicidade incondicional, a vivência da vida na sua essência mais profunda. Isso não é tudo que quer hoje? Não é tudo que almeja para essa vida?
Então, se não é pela elevação espiritual, pratique os ensinamentos por sua própria materialidade, sendo uma visão romântica ou não, isso não importa.
Além do mais, o romântico é o amoroso e, se a base da vida é o amor, todos os ensinamentos têm que estar presos ao romantismo para poderem seguir o caminho que Cristo ensinou. Se estiver preso à inflexibilidade dos que não são românticos, não existe amor e, portanto, não podem ser considerados caminhos para Deus.