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Vocês são a luz para o mundo todo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para pôr debaixo de um cesto. Ao contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai que está no céu.
Muitos imaginam que conseguir a consciência crística é como fazer um seguro que os protegerá de todas as mazelas do mundo. Que viver amando os afastará das situações de constrangimento, dor, humilhação, sofrimento. Enganam-se: ninguém acende uma lamparina para pôr debaixo de um cesto.
O ser humanizado que alcança a consciência crística ama universalmente, incondicionalmente. Por isso deve ser colocado em um lugar próprio para que ilumine os que estão na casa, ou seja, devem ser expostos a situações onde derramem o amor que vivem sobre os outros.
Para aquele que tem cobiça, nada melhor do que receber o amor, mesmo que não saiba disso. Para aquele que tem ódio, nada melhor do que receber o amor em troca do seu ódio. O amor é o único antídoto para aquele que sente prazer em humilhar, constranger ou causar dor.
É por isso que aquele que alcança a consciência crística (é uma cidade construída sobre um monte) precisa continuar a vivenciar situações que, sob o prisma humano, denotem sofrimento e miséria. Mantendo a sua relação amorosa com Deus e exercitando a entrega com confiança ao Pai, esse ser transmite àqueles que ainda estão apegados aos prazeres mundanos (satisfação de vontades) o caminho para alcançar o reino dos céus.
Aliás, fica difícil se imaginar de onde venha a compreensão que a união a Deus protege contra as mazelas do mundo. É só reparar nos acontecimentos da vida de Jesus, dos apóstolos e dos primeiros cristãos. Se a imagem corrente de hoje fosse real, esses deveriam ter tido uma existência muito diferente da que tiveram, não?