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Participante: Cristo ensinou que devemos amar o próximo como a nós mesmos. Só que dentro da teoria todos são diferentes.

O que quer dizer amar ao próximo como a si mesmo?

Participante: é amar aos outros como nos amamos. Se ele não viu o prato ali e chutou, nós não devemos criticá-lo porque poderíamos ter feito a mesma coisa.

Você acredita nisso? É esta crença que lhe leva a sentir-se culpado quando briga com quem chuta o prato. É por conta da ideia do ter que amar os outros que a vida usa quando lhe propõe o sofrer pela culpa de ter brigado com alguém que você sofre.

Voltamos ao sofrimento da culpa. Mas, isso é inexorável. Na verdade, todas as síndromes da vida estão interligadas.

Vamos falar o dia inteiro de diversas síndromes, mas ao fazer isso jamais estaremos nos dirigindo a apenas um sofrimento. Todas as síndromes estão presentes, consciente ou inconsciente, seja qual for o sofrimento que estejamos abordando. Isso porque está tudo interligado.

Quando abordamos o sofrimento da culpa, falamos da síndrome da aceitação. No entanto, quando vemos a síndrome do todo poderoso chegamos à conclusão que a culpa pode ser gerada por esta síndrome, pois muitas vezes a culpa está fundamentada na pretensa capacidade de agir. Sendo assim, a síndrome do todo poderoso lhe leva, também, a viver a culpam e lhe leva a atribuir culpa a quem você acha que agiu de determinada forma.

Participante: então para amá-lo eu preciso dizer à minha vida que a vida dele não mostrou o prato…

Isso. Desqualificar é isso: é usar um argumento para não achar certo o argumento que a vida usa para que você vivencie o que ela propõe.

Não se ama o próximo agindo dentro de uma forma padrão de agir e nem se trata de não agir. Se a sua vida foi brigar com uma pessoa, isso não quer dizer que não a está amando. A única coisa que pode demonstrar o seu amor é não viver o sentimento sobre o outro que a vida propõe. Este é o verdadeiro amor ao próximo.

Na hora que falar com você mesmo, depois de ter brigado ou criticado alguém, mesmo que apenas no seu mundo mental e dizer que não aceita a culpa ou a glória pelo que aconteceu, neste momento estará amando.  

Participante: isso é compreender perfeitamente o acontecimento?

Isso. Você não aceita a proposição emocional que a vida cria porque sabe que você algum dia também não viu determinada coisa.

Acho que a história que contei do gato em cima da televisão ilustra bem o que estou querendo falar. Tem gente que reclama quando outra pessoa não vê uma poeira no chão, mas se alguém é incapaz de ver um gato, como pode cobrar de alguém que veja um grão de poeira no chão?

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