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Amarram fardos pesados e põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos.

Todo “professor da lei” amarra fardos pesados nas costas dos outros: o que Cristo quis dizer com isso? Colocam obrigações e responsabilidades imensas sobre os outros. O professor da lei está sempre gerando obrigações para os outros, criando deveres para o próximo, os quais não o ajuda a realizar nem com um dedo. Isso é o que Cristo ensina.

Todo professor da lei tem o direito de ensinar a lei, mas não tem o direito de colocar obrigações nos outros. Por que? Por que cada um tem o livre arbítrio que Deus lhe deu de fazer o que quiser. O professor da lei que quer pôr obrigação nos outros, está querendo roubar algo que Deus deu a cada um dos seus filhos.

Quando o professor da lei diz que para estar “certo” você tem que fazer isso, ou aquilo outro, é o momento de lhe perguntar: por que eu tenho que fazer o que você diz? Se Deus deu aos espíritos o livre arbítrio até de “ficar parado” o tempo inteiro (omissão), como muitos ficam, de onde vem à obrigação de agir que o “professor da lei” quer impor? 

Quando a obrigação imposta não é cumprida pelo ser humanizado, o “professor da lei” o critica, acusa: você não presta, não vale nada, não faz nada nessa vida. Mas, por que a acusação se isso é um direito garantido por Deus, que deu a liberdade de opção ao ser?

É sobre a ação do “professor da lei” (gerar obrigações, exigir o cumprimento delas e acusar os “faltosos”) que o Cristo fala quando afirma que o “professor da lei” amarra obrigações nos outros. Analisemos agora este ensinamento.

A humanidade acredita que existe a obrigação do espírito elevar-se, mas o que é buscar a Deus? Você frequenta um centro espírita e lá ouve muitas obrigações que tem que cumprir para se elevar. Na igreja católica ouve outras obrigações (ir à missa, comungar). Na igreja evangélica são cobradas posturas como o tamanho da saia ou do cabelo para que se alcance a Deus, mas através de que ensinamentos Cristo condicionou a elevação a estas coisas?

Tudo isso são apenas posturas materiais e não sentimentais. Cristo nos ensinou que os dois únicos mandamentos são amar: a Deus e ao próximo. Acrescentar ao amor ensinado por Cristo posturas materiais é criar leis individuais. O “professor da lei” religioso obriga fazer, mas que mestre criou esta obrigação?

Além do mais, quem disse que você tem que se elevar, buscar a Deus? Que mestre criou a obrigação do espírito elevar-se? Eles mostraram a necessidade de se executar esta obra, mas não obrigaram ninguém a realizá-la. Até esta busca é livre arbítrio: opção do ser. Nem isso o “professor da lei” religioso pode obrigá-lo.

E o “professor da lei” ser humano, como se aplicaria este ensinamento àqueles que vivem querendo ensinar as coisas ao próximo? Neste aspecto fica mais fácil ainda compreender o ensinamento de Cristo. Cada vez que você diz para alguém “tem que fazer isso”, que o obriga a realizar uma determinada tarefa na forma e no momento que deseja, transforma-se em um “professor da lei”.

O pior é que o “professor da lei” ainda afirma que impõe obrigações aos outros por amor. Amor a quem? A ele mesmo. Amor a ele que depende de que sua verdade seja contemplada para se sentir feliz. Isso não é individualismo?

Até aqui analisamos a primeira parte do ensinamento do mestre (amarram fardos pesados nas costas dos outros), mas o que Cristo teria nos ensinado quando completou: “não ajuda a carregar nem com um dedo”?

O “professor da lei” ensina a lei, cria a obrigação e depois se transforma em um juiz que julgará ação do próximo verificando se a lei foi cumprida. Em nenhum momento o “professor da lei” depois de criá-la, gerar a obrigação, abraça o próximo e se diz: “eu vou fazer com você, eu vou lhe ajudar a executar”.

Ele cria a lei gera a obrigação e o deixa sozinho para fazer. Só depois se aproxima para saber se está tudo “certo”: da forma que ele queria, no tempo que achava que deveria ser executada a tarefa. É esta a forma de agir do ser humanizado, daquele que possui leis (verdades): obrigar a pessoa a fazer dentro dos seus padrões, mas para isso não ajuda de forma alguma.

Não estou falando de ajudar fisicamente a realizar a tarefa, mas sentimentalmente. “Olha você precisa fazer isso, mas, vamos lá nós dois, juntos conseguimos”. Isso é não ser “professor da lei”. Com esta predisposição sentimental o ser humanizado pode até ter uma lei e ensiná-la, mas desta forma auxilia as pessoas a cumprirem aquela lei e, assim, realiza o que ensina.

Esse você deve ouvir e seguir, mas aquele que simplesmente lhe diz o que você tem que fazer e fica na posição de juiz para lhe cobrar resultados, saia de perto. Se você sair, pode ter a certeza que ele arranjará outra “cobaia” para o prazer dele, pois ele não está preocupado que a tarefa seja feita, mas que se cumpra o que determinou, a sua lei.

Na verdade o “professor da lei” seja religioso ou humano é um senhor de escravo. Ele escraviza os outros dentro do seu individualismo gerando obrigações para que os outros cumpram obrigatoriamente aí pode se sentir feliz. “Viu como eu sou importante: eu disse para fazer e está pronto”.

É esse o ensinamento de Cristo. Tenho a certeza que nesse momento você está lembrando de muita gente que conhece e age desta forma. Lembre mesmo, mas não acuse, porque senão você também se tornará “professor da lei”.

Compreenda: aquele é assim, mas ele não precisa da sua crítica, mas do seu amor. É preciso amá-lo para que se mude. Não adianta criticar ninguém, mesmo os “professores da lei”, senão nos transformamos em igual a eles. Ao lembrar-se agora de outros que agem assim, não julgue essas pessoas. Constate que são “professores da lei”, mas os ame do jeito que eles são.

Pergunta: às vezes eu acho que não sabemos amar. Será que ao tentarmos colocar em prática esses ensinamentos não estamos apenas aceitando as pessoas do jeito que são?

A aceitação é apenas o começo para que você aprender a amar. A aceitação ainda não é o objetivo final, mas é o caminho para o amor.

Sim, vocês ainda não conseguem amar, ainda estão presos na aceitação. Alguns, porque outros nem isso.

Pergunta: Acredito que nós fomos educados desde criança a ser um “professor da lei”: dentro de casa, da escola e do trabalho. É só julgamento de tudo o que ocorre. Agora temos que mudar tudo.

Mas isso é o objetivo da vida: você foi criado com todas essas leis para poder promover a sua reforma íntima: quebrar todas as leis.

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