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Participante: a pessoa chegou para mim e falou tudo o que pensava. Falou que eu tinha que ser mais humilde, que preciso ouvir mais as pessoas, que eu preciso aprender com fulano. Ou seja, só me criticou o tempo todo. Isso me deixou com raiva, pois sendo essa pessoa minha amiga, achava que não poderia me criticar, pois amigos e amigas só devem querer o nosso bem, não é mesmo? Aí mandei umas indiretas para a pessoa, dizendo para ela cuidar da própria vida, que perde tempo em criticar os outros e com isso a sua própria vida não vai bem. Gostaria de saber se com isso não amei a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo.

Por favor, preste atenção. Essa questão do amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo não pode ser medida através de atos, de ações no mundo externo.

Você fazer qualquer coisa amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo ou não. O que diz se você amou? O que viveu internamente.

Se sentiu caluniado, acusado, criticado? Não amou a Deus acima de todas as coisas. Vivendo internamente a crítica, a culpa, a acusação, viveu essas emoções e com isso não amou.

É o mundo interno, ou seja, o mundo das intencionalidades, que serve como fiel da balança da elevação espiritual. Por isso é do que acontece ali que precisa se libertar. Não da reposta que dá, não do que o outro fala, mas daquilo que vive internamente.

E para essa liberdade, você possui um grande mestre que pode lhe ajudar: o próximo, outro. Ele é o grande mestre que pode lhe ajudar. Vou dar um exemplo.

Alguém diz que você não deve acreditar que se tem que amar a Deus sobre todas as coisas. Alguém pode dizer que quando acredita no ensinamento de Deus como causa primária, você está sendo bob. Enfim, alguém pode falar uma série de coisas que seja contrária às crenças que tem.

Isso é ato, é acontecimento, ainda não é nem prova. A prova vem no momento em que ao ouvir se sente ofendido, caluniado, criticado. Aí vem a prova e é isso que não deve viver.

Mas como disse, para não viver deve contar com o próximo. Como? Se ele disse que você é feio e isso soou como uma crítica, lhe fez se sentir criticado, caluniado, acusado, descubra dentro de você o que gerou o se sentir caluniado.

Sabe quando uma pessoa se sente criticada depois de uma frase que diga que ela é feia? Quando quer ser chamada de bonita. Se não quiser ser chamada de bonito, quando o outro chamar de feio não irá causar mal-estar nenhum.

A mesma coisa sobre o que acabei de dizer. Se você fala que Deus é causa primária de todas as coisas e os outros criticam por isso, o que lhe faz se sentir criticado é você achar que todos devem aceitar isso como verdade. Ou seja, uma pose e um saber.

Por isso disse que o outro é o grande mestre que pode lhe ajudar. Quando alguém falar alguma coisa e você se sentir criticado, veja que saber ou desejo foi atacado. É preciso compreender que o que causa a contrariedade é um saber, uma certeza ao qual você está apegado.

Apego a verdade, é isso que lhe faz sofrer. Apego a uma verdade, um conceito, uma informação que dá o valor de absoluto, de real é o que leva ao sofrimento.

É por isso que o outro é o seu grande mestre. Na hora que ele aponta o dedo para algo que você imagina saber está mostrando uma ferida que você precisa curar, tratar.

Então, aproveite essas oportunidades. Não importa se na hora você responde, se manda o outro para aquele lugar, se briga ou bate. Isso não interessa. O importante é depois que sair da conversa meditar bem no que o outro disse buscando dentro si o que se sentiu ferido pelo que o outro disse. Aí lute para libertar-te do apego a esse conceito, a essa informação que é tratada como absoluta.

Quando isso acontecer, quando conseguir se libertar desses apegos, com certeza não vai sofrer mais. Nesse momento conseguirá, ao invés de viver internamente a calúnia, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Antes que me esqueça, o nome desse processo que descrevi é função espelho.

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