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Participante: se o “não sei” e variantes pode ser uma ajuda para o objetivo espiritual, o que a sociedade entende como apatia seria esse “não sei”?

Esse é o próprio ensinamento do Khrisna. O Bendito Senhor chama a equanimidade de apatia. Apesar disso, preste bem atenção: trata-se de uma apatia com relação a algumas coisas e não generalizada.

Deixe-me falar uma coisa. Muitos acham que viver o “não sei” é não fazer nada, não tomar atitude nenhuma. Muitos chamam a ideia de que Deus é Causa Primária de todas as coisas de uma teoria que leva ao comodismo, que tira o esforço do espírito fazer alguma coisa. Isso não é verdade.

Posso garantir que é muito mais difícil dizer o “não sei” para as verdades criadas pela razão, do que seguir o fluxo dos outros humanos: aceitar as obrigações que a razão cria. Ouça o que acabei de dizer: vocês são viciados em prazer. Para dizer não sei às razões criadas pela mente terá que ser apático com relação as coisas do mundo. Quando se vive com essa apatia, além de não ter aquilo pelo qual é viciado, o prazer, ainda viverá com a ideia que sua razão criará que o mundo está lhe criticando por isso, está falando mal porque você é apático no mundo.

Aliás, um garoto uma vez há muitos anos atrás disse: Joaquim quando comecei a colocar em pratica o que você ensinou, os meus amigos sumiram todos. É isso! A apatia às coisas mundanas, às obrigações, necessidades e condicionamentos gerados pela razão, será vivenciada com criações mentais que dirão que os outros estão criticando, fazendo infâmias. Por isso é difícil viver dizendo não sei aos ismos, às obrigações e necessidades que a razão cria. Para aquele que é viciado em ser elogiado, em ser reconhecido, em ter prazer, é difícil dizer o “não sei” com relação as coisas da vida.

Respondendo, então, digo que sim, é esse o trabalho: ser apático para as coisas da vida.  O trabalho da vida é dizer não sei, lutar para se libertar das obrigações, das necessidades. Para isso é preciso não ser apático, sim ter gana de fazer, vontade de fazer, a libertação. É o que disse antes: apatia para algumas coisas, as obrigações e necessidades criadas pela razão, e não apático a outras: a luta para libertar-se delas.

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