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Participante: você falou que não devemos ir para a batalha sem armas porque senão morremos. Na palestra que foi chamada ‘As armas da paz’, o senhor diz que não podemos ter armas.


Acho que você deve estar enganado, pois se chamei a benevolência, a indulgência e o perdão de armas da paz. Por isso não posso ter dito que não devem usar armas.


Participante: mas, estas armas devem servir para nos fortalecer …


Não, elas devem servir para matar os seus inimigos. Quem são eles? São as criações da mente. Portanto, deve usar a benevolência, a indulgência e o perdão a todos para matar as ideias que estão lhe fazendo sofrer.
O que digo que é que quando sua mente criar a ideia de que não gostou do que outra pessoa falou e que por isso deve se sentir contrariado, para não aceitar este sofrimento, pode usar a benevolência por aquele que fez o comentário. O que é benevolência? Boa vontade. Então, tenha boa vontade com ela que não aceitará a pílula que a mente está oferecendo.
Tendo boa vontade com as outras pessoas, quando a mente lhe disser que deve sofrer porque outra pessoa falou algo que não gostou, você pode responder: ‘ela está apenas falando a sua verdade; ela não está me atacando. Por isso, não preciso ficar contrariado’. Com isso, poderá deixar de viver o sofrimento proposto pela mente como fruto da ação.
Só que vocês não têm boa vontade com os outros. Se uma pessoa dá a opinião dela sobre um assunto, não vê como uma explanação daquilo que o outro acredita, mas sim como um ataque direto, frontal, à você. Onde está a boa vontade neste momento? Usando a benevolência, pode acabar com o seu problema.
Portanto, a benevolência é uma arma que deve usar contra si mesmo. Lembro que quando estudamos na Bíblia o ensinamento de Cristo que afirma que não veio trazer a paz, mas a espada, disse: a espada de Cristo são os seus ensinamentos. Só que diferente do que vocês pensam, elas não devem ser usadas para atacar os outros, para julgá-los, mas atacar a si mesmo. Os ensinamentos de Cristo são uma espada, uma arma, para que ataque a si mesmo.
Ataque a conclusão que a sua mente chega durante a vida, ataque o fruto da ação que ela lhe oferece.


Participante: é essa a batalha …


Sim, esta é a batalha que vocês chamam de reforma íntima. Ela é de você contra você mesmo.
A vida é individual: cada um vive a sua. Sendo assim, você só pode atacar a si próprio. Então, só pode atacar a si mesmo.
Como a vida é individual, não posso dar às pessoas caminhos para percorrer, ou seja, não posso dar armas para combater o que a mente cria. Como estes caminhos são individuais, como os argumentos para não ingerir a pílula só fazem efeito na própria pessoa, eu não posso generalizar, criar argumentos que sirvam para todos.
O que posso fazer é dar ideias do que fazer. Posso mostrar como fazer, mas cada um tem que ter suas próprias armas para vencer o combate.
Então, a elevação espiritual é uma luta; alcançar a paz é fruto de uma guerra; ser feliz é o fruto de ter vencido um combate, contra você mesmo. Na hora que você não combater a mente, inevitavelmente comerá o fruto do pensamento, engolirá a pílula, sofrerá. Portanto, só terá paz, felicidade e elevação espiritual quando entrar em franco combate quando a mente. Se ficar esperando que ela gera estas condições para você, jamais terá, pois ela é incapaz de gerar estas coisas.
Como um traficante, a mente existe apenas para lhe dar pílulas de sofrimento. Esta é a função dela, já que e o tentador bíblico, o Diabo.


Participante: o senhor acabou falando apenas da benevolência. Pode falar das outras coisas?


Sim.
O que é indulgência, ser indulgente? É relevar as coisas. É relevar tudo o que os outros fazem, não dar importância ao que acontece.
O que é perdão? Não é o que vocês imaginam: um ato sublime onde você, o certo, deixa de punir os outros. Neste perdão existe a superioridade e com a presença dela, acaba qualquer ato amoroso.
Perdoar é mais que não punir: é nem ver motivo para punir porque a outra pessoa não errou. É não ver erro no que os outros fazem.
Agora, estas são três armas que falei em uma determinada conversa. Só que tudo que falei antes e o que continuo falando depois, também são armas para ajudar cada um a derrotar o seu tentador. Nesta conversa que você se referiu, falei especificamente destas três, mas tudo o que disse nos últimos dezesseis anos foi no sentido de gerar armas para que cada um possa escolher a que é melhor para si mesmo lutar para não tomar a pílula que a mente oferece.
Ontem, nesta cidade, fizemos uma conversa que o tema foi ‘O fruto da ação’. Este tema está ligado a um maior que chamamos de ‘Faculdade espiritualista de vida’. Esta conversa também. No próximo mês estaremos em São Paulo e sobre o tema ‘Karma-yoga’, vamos continuar falando da ‘Faculdade espiritualista de vida’.
Apesar de todas as conversas estarem ligadas a um tema central, aconselho à ouvirem todas, pois elas serão completamente diferentes entre si. O assunto é o mesmo, mas uma será diferente da outra. Porque? Porque quem está assistindo a elas são pessoas diferentes, pois elas acontecerão em locais diferentes. Sendo assim, preciso dar armas diferentes.
No mês de agosto faremos outra conversa sobre o mesmo tema na cidade do Rio de Janeiro. Se puderem, ouçam, pois o que lá será dito conterá armas completamente diferente do que foi falado até aquele momento. Não diferente em novas ideias, em novas instruções, mas em armas, argumentos, pois cada um precisa de uma específica.
Quando voltarmos aqui nesta cidade, o tema será o mesmo, pois não falarei mais de outra coisa senão da vivência espiritualista da vida humana. Aconselho a estarem aqui também, pois a conversa será completamente diferente da de ontem e desta agora. Isso porque vocês serão outros, estarão vivendo verdades diferentes de hoje e por isso terei que passar armas diferentes das de hoje.


Participante: a cada vez há uma nova abordagem.


Não se trata de uma nova abordagem, mas de oferecer armas diferentes para que tenha a possibilidade de escolher qual a melhor para você usar naquele momento. Ou seja, o que acreditar do que eu disser.


Participante: tem coisas que o senhor fala que não ouvimos.


Mais: tem coisas que falo que vocês não acreditam. Isso não tem problema algum, mas quando isso acontece, o argumento que usei não serve para você como arma para libertar-se da ideia gerada pela mente e assim não tomar a pílula.
Tem muitas coisas que falo que vocês acabam aceitando porque sou eu que digo. Por confiarem em mim não discutem determinadas informações. Agradeço a confiança e a consideração, mas essas informações não poderão servir como armas para você conquistar a sua paz. Mas, aquela que lhe toca profundamente, da qual possui completo convencimento, que lhe faz ficar admirado com ela, essa é uma arma que deve ser guardada com carinho, pois poderá ser muito útil na batalha da elevação espiritual.


Participante: mas, essas três armas que o senhor falou são utopias; nós não conseguimos ser indulgentes com todo mundo.


Não, vocês não são indulgentes em momento algum, pois só conseguem ter estado de espírito com quem querem, com quem gostam, com quem acham que merece que você aja assim. Portanto, não estão sendo indulgentes, mas apenas fazendo o que querem.
Se uma pessoa que você considera inferior vem e lhe xinga, você diz que ela é uma pobre coitada, uma pessoa que não merece que aja contra ela. No entanto, pode vir outra e lhe elogiar e você reagir contra. Isso denota que está trabalhando apenas com suas próprias verdades, mais nada que isso.
A partir de tudo o que disse, o estudo, o ter acesso às armas é importante, necessário, mas se fizer fez, se não fizer não fez. Ninguém pode julgá-los por isso. Mas, que indico fazer isso. Porque? Porque lhe dará armas para lutar e quantas mais tiver, mais batalhas poderá vencer.

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