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Você, espírito, interage em cada acontecimento da vida carnal com dois tipos de pessoas: você mesmo e os outros. A relação com que interage com cada um destes tipos de pessoas é diferente e por isto vamos estudá-las isoladamente. Comecemos pela interação de você com você mesmo.
As pessoas não existem. O que existe é um espírito que programou uma mente, que representa um ser humano, para que, através da emanação de Deus, ele vivesse uma vida carnal e os acontecimentos desta existência lhe servissem de prova.
Você é um espírito, sem cor, raça, sexo ou formas. O ser humano é um personagem que foi criado para viver determinadas histórias. Estas histórias são geradas pela própria mente. Para compreender isso, vamos usar um exemplo.
Digamos que você está dentro de um carro numa estrada andando a cento e vinte quilômetros por hora. Este é um acontecimento de sua existência? Não. Na verdade ninguém anda num carro a cento e vinte quilômetros por hora, mas sim num carro que está correndo muito ou pouco.
O que realmente constitui as histórias que o ser humano vivencia para que o espírito tenha a sua provação não é o que está se passando, mas a forma como a mente interpreta o acontecimento. A velocidade em que o carro está pouco importa quando se fala de viver a sua existência, mas sim a idéia que se teve naquele momento. O que importa é o pavor que se vive e não a presença de uma pessoa lhe ameaçando; o que importa o cansaço que se sente e não o movimento do corpo que foi realizado. Isso porque muitos podem movimentar-se muito e sentirem-se bem cansados, enquanto que outros pouco se mexem, mas estão sempre cansados. Como esta qualificação que se dá ao acontecimento é gerado pela mente através de pensamentos, é ela que cria a história e não os acontecimentos externos.
Estas formações mentais, no entanto, não são criadas por você, o espírito. Elas são emanadas de Deus ao ser humano que você imagina ser durante uma encarnação. Ao fazer isso ele cria a provação de cada espírito. Sendo assim, cada formação mental é uma essência de uma ação carmática ou o próprio carma.
Para a criação destas formações mentais Deus emana na consciência de cada mente uma série de verdades. O gostar ou não de algo, o querer ou não, são verdades que Deus emana através do ser humanizado para que elas se transformem em essências que servirão como provação ao espírito.
Quando se compreende o que falamos até aqui sobre o ser humano que você, o espírito, imagina ser neste momento, vê-se claramente a importância das verdades que Deus emana. A televisão que mudou sua situação de funcionando para quebrada, por exemplo, só se transformou em droga porque naquele ser humano uma verdade que diz que ele pagou pela televisão e por isso ela tem que funcionar sempre. Sem esta verdade, quando a televisão quebrasse, você apenas a levaria para consertar ao invés de exasperar com este acontecimento.
A verdade serve de argumento para justificar a história que o pensamento cria. A velocidade de cento e vinte quilômetros por hora só é considerada como estar correndo porque na mente existe uma verdade que afirma isso desta velocidade. São as verdades que estão na mente do ser humano que você, o espírito, está vivendo neste momento que diz que certa quantidade de atividade deve ser vivenciada com cansaço e ela também que cria a idéia do perigo para que justifique o medo.
Portanto, sem as verdades não existiria a realidade que você imagina estar ocorrendo e, desta forma, não haveria a provação do espírito: amar a tudo (manter-se equânime frente a qualquer história de vida criada pela emanação de Deus) ou vivenciar as idéias geradas pela mente: irritar-se com a televisão, cansar-se, sentir medo.
A verdade, portanto, é importante para a provação do espírito. Mas, para que ela seja superada, é preciso que você compreenda que ele não é real. São ficções emanadas por Deus que caracterizam a essência do acontecimento. Portanto, tudo aquilo que o ser humano que você está vivenciando neste momento acredita que é verdadeiro não é. São apenas instrumentos para os carmas das suas provas espirituais.
Quando você (espírito imaginando ser o homem) diz ‘eu acho certo’, na verdade não está achando nada certo: o que está acontecendo é que Deus está emanando um carma para você, o espírito. Quando diz ‘eu sei este assunto’ ou quando diz ‘gosto disso’, você, na verdade nada sabe ou gosta: está apenas vivenciando uma emanação de Deus que serve como o texto da pergunta da sua prova. Esta oportunidade será bem aproveitada se você, acima daquilo que o ser humano estiver acreditando, manter-se em paz, felicidade e harmonia com o Universo.
Portanto, nos acontecimentos da vida carnal interagir com você mesmo atento à convivência com o carma é libertar-se da característica de verdade que a mente confere às informações que estão arquivadas em sua memória e que são trazidas à consciência pela mente. Isso é diferente do que os seres humanizados pensam: eles imaginam que reforma íntima é alterar ou desmentir as verdades que estão na mente. Como elas são emanadas por Deus e você, o espírito, não pode criar ou modificá-las, se isso acontecer terá sido uma nova emanação do Pai e não vitória sua. Se o Pai emanar verdades diferentes e com isso gerar histórias de vida diferentes, isso quer dizer que você, o espírito, está agora submetido a uma nova essência e não que você mudou alguma coisa.
A partir de tudo o que conversamos, se a mente a qual está ligado lhe disser que você é uma mulher, não acredite nisso. A idéia de ser uma mulher faz parte do personagem. Quando a sua mente lhe propõe a idéia de que você é mulher está lhe propondo uma situação carmática: acreditar ou não que você é mulher. Acreditando nesta idéia o espírito vivencia outras situações carmáticas geradas pelas verdades que estão na mente humana e que são aplicadas às mulheres: sou mais fraca do que os homens e por isto eles devem fazer as coisas mais pesadas, sou mais sensível e por isto devo ser paparicada, etc.
Todas estas verdades cobrarão uma série de posturas das outras pessoas com quem você se relacionará. Se não compreender que nestes relacionamentos está ocorrendo uma ação carmática onde está embutida uma essência, cobrará que aquilo que imagina ser verdade ocorra.
Como a ação carmática emanada por Deus não visa satisfazer os desejos humanos do espírito, mas sim lhe dar uma oportunidade de amar, normalmente ela será contrária aos anseios daquele espírito. Portanto, os outros dificilmente concordarão com o ser humano. Neste momento o espírito se contrariará e com isto deixou de aproveitar a oportunidade para se elevar espiritualmente. Para que isto não ocorra, a ação do espírito deve ser lutar contra a obrigatoriedade de se portar como mulher. Falo em não se portar como mulher não externamente, mas internamente: dar valor de verdade àquilo que a mente diz que precisa acontecer (sou mais fraca, preciso ser paparicada).
Portanto, quando da vivência dos seus carmas que sejam representados pela interação com você mesmo que anule todas as verdades sobre você que a mente lhe transmite através do pensamento. A ação não deve ser no sentido de mudá-las (acreditar que é homem), mas anulá-las: “não sou mulher, mas também não sou homem; não possuo sexo porque sou um espírito e, por isto, não possuo sexo”. A partir do momento que você lute para não dar credibilidade às verdades expostas pelo ego elas se extinguirão. Neste momento você não terá mais sexo, ou seja, não terá mais verdades embutidas que criarão padrões de ações dos outros que definam o seu sexo. Só aí conseguirá viver equanimente e alcançará a elevação espiritual.
Portanto, na prática, a interação com você mesmo que lhe leva a aproveitar a ação carmática como instrumento da elevação espiritual é não dar sentido de verdade às coisas que são ditas pela sua mente através do pensamento. Isto porque, quando você não age na prática no sentido da elevação espiritual (viver a situação relacionando-se com equanimidade) você tem o prazer de dizer que está certo e ou tem o sofrimento de se acusar.