Participante: quando no trabalho tenho que demitir um funcionário fico dividido se sou mero observador ou se sou agente do carma alheio. Quando consigo apenas observar a mente, fico incomodado por não me incomodar com a situação do demitido.
Quem demite é a mente. Por isso, apenas observe ela demitindo e não aceite as verdades que ela criar nesse momento.
Se a mente diz que você é o instrumento carmático daquele ser, não aceite essa verdade. Diga para ela: não sei se sou isso ou não. Se ela diz que isso trará problemas para aquela pessoa, responda: não sei se isso trará problemas.
Na verdade, a sua fala nesse momento traz dois elementos que acabam fazendo sofrer. O primeiro é imaginar que o carma precisa de um agente.
O carma vive por si mesmo, não depende de ninguém para acontecer. Por isso, se por carma aquela pessoa precisar ser demitida, será de qualquer jeito, seja por você ou por outro. A demissão carmática acontece por ela mesma e não porque alguém age para que aconteça.
Segundo: a ideia de que carma é uma pena, um castigo. A mente possui a verdade, que você acha que é real, que a demissão é um castigo, algo ruim, mas será que é?
Será que ao demitir desse emprego não está abrindo a oportunidade para que ela consiga um emprego melhor? Será que não aproveitará essa chance para se aperfeiçoar mais e com isso arranjar um emprego que ganhe mais? Você não sabe as respostas para essa pergunta. Por isso não aceite quando a mente disser que está agindo contra aquele ser.
É isso que pode fazer você deixar de viver o incômodo com a situação daquela pessoa. Não aceite a crise existencial que a mente gera pelo fato de estar demitindo alguém. Para isso, apenas observe o que ela faz e o que pensa, verdades que são criadas, enquanto ela age.