Enviar texto por Telegram
Nesse mundo as diferenças entre as classes sociais jamais acabarão, pois elas são criadas como instrumento de ação do espírito para sua reforma íntima. Portanto, enquanto houver espírito que precisar ser pária, vai existir o pária.
Participante: Então, não precisamos ajudar ninguém?
Pode até ajudar, se ajudar, mas sem sofrer. Para isso é preciso saber que ele vive aquela vida especificamente porque aquele é o carma do espírito.
A partir disso, precisamos gerar uma consciência: não adianta criticar o governo; os problemas sociais jamais irão acabar.
Salomão, Cristo e Paulo falam isso: você tem que atender ao governante porque cada um deles foi escolhido por Deus. Mas, isso não impossibilita a sua ação de ajudar alguém. Apenas acaba com a obrigação de ter que ajudar, com o padrão de certo que faz julgar os outros.
Por exemplo: se vê uma pessoa em mau estado, se ajudar, ajudou, se não ajudar, não ajudou. O que devemos é agir sem intencionalidade, sem padrões de certo.
Participante: aconteceu uma coisa interessante outro dia. Um homem bateu palmas na porta de minha casa pedindo ajuda. Ele disse ser pedreiro e que trabalhava em uma obra ali perto e estava precisando de dinheiro para consertar o pneu do carro. O valor era R$7,00. Eu entrei, peguei R$10,00 e quando voltei para entregar os dez reais ele disse que eram dois pneus. Então, voltei e peguei mais quatro reais e dei para ele. Depois fiquei pensando: fiz aquilo tão sem perceber e tinha certeza que em outras circunstâncias não faria isso jamais. Acho que o cara precisava do dinheiro e fui instrumento para isso.
Vamos apenas consertar uma coisa na sua fala: imaginar que deu porque achava que ele precisava do dinheiro. Nesse pensamento ainda está embutida uma intencionalidade e por isso preso a ilusões, a verdades relativas. A única Realidade no que falou é que deu o dinheiro.
Sabe por que ele bateu na sua porta? Porque bateu. Sabe por que pediu dinheiro? Porque pediu. Sabe por que você deu? Porque deu. Por que não bateu em outra porta? Porque não bateu. Por que todo mundo bate na sua porta? Não é porque o muro é baixo, nem porque a casa é bonita: bate porque bate.
Liberte-se do porquê das coisas. Se ficar se preocupando com os porquês vai continuar criando verdades com as quais passará a viver.
Joaquim de Aruanda