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Participante: quando contraímos uma dívida e não conseguimos pagar é o mesmo processo?
Não, no caso da dívida tenho uma arma espetacular: devo, não nego, pago quando puder.
Deixe-me falar uma coisa. Digamos que tenha uma dívida. O que precisa fazer para garantir que ela vai ser paga? Trabalhar, ganhar dinheiro, realizar algumas coisas para juntar um montante para pagar. Certo?
Primeira hipótese, digamos que fez tudo isso e não deu para pagar. Nesse caso tem que chegar e dizer: olha, eu fiz, tentei, mas não deu para pagar.
Participante: mas, eu me comprometi em pagar.
Dever é uma coisa, se comprometer é outra, pagar é uma terceira coisa. Me diga: quantas vezes se compromete a fazer algo e não consegue, por mais que tente?
Era isso que estava dizendo para aquela pessoa: trabalhe no agora. Só que é mais do que trabalhar no agora, é trabalhar dentro da realidade da vida.
Você tem uma dívida, trabalha com afinco para pagar. Chega no dia, não tem o suficiente. O que vai fazer? Vai arrancar os cabelos por causa disso? Fez o que pôde, mas não conseguiu.
Participante: o senhor não está entendendo. Dever é doído.
Porque é doído? Porque tem apego a você, ser humano.
Tem apego ao seu nome, à sua fama, a ser reconhecido. Aí é outro trabalho, é outro aspecto que precisa ser trabalhado. Precisa trabalhar para se libertar dessa obrigatoriedade de ser, estar e fazer qualquer coisa. Por quê? Porque o que é feito não depende de você.