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Lembro que outro dia quando falei no abrir mão do controle, uma pessoa disse que não poderia deixar de forçar o seu filho a ir à escola porque senão ele não seria nada quando crescesse.
Participante: será como Deus quiser.
Não, nada será como Deus quiser: tudo será como tem que ser.
Essa pessoa sabe que o futuro a Deus pertence, sabe que tudo acontecerá como está previsto e a partir dos gêneros de provas pedidos pelo espírito antes da encarnação, mas mesmo assim acha que precisa obrigar o filho a frequentar a escola senão.
Senão, o que?
Participante: nós não temos a coragem de enfrentar a sociedade.
Não têm coragem de enfrentar a vida porque estão em busca da fama, do elogio.
O ser humanizado não tem coragem de enfrentar o mundo porque isso seria para ele uma derrota, uma perda. É por isso que não abre mão de ter o suposto controle sobre as coisas. Só que por mais que imagine estar controlando, na hora ‘h’ o destino age do jeito que quer.
Participante: cheguei a uma conclusão, principalmente depois do estudo de hoje: é muito mais cômodo nos unirmos à multidão, às pessoas e agir como elas, ao invés de querer ser diferente, por mais que vejamos que o caminho está nesta diferença.
Sim, porque isso não leva a culpa se o futuro não for o que os outros acham o certo de ser.
Participante: não traz culpa nem o trabalho de policiar o pensamento, o sentimento. Isso acontece comigo diariamente. Quantas vezes deixo de me policiar, de me vigiar por simples cansaço de enfrentar o mundo.
Não acontece só com você, mas com todos. Só que isso pode ser o ponto de partida para uma longa jornada assim como pode ser o fim de uma caminhada. Vou explicar.
Se cai na compreensão que está deixando de se vigiar porque tem medo de enfrentar a sociedade, pergunte-se: onde eu vou parar seguindo este caminho?
Participante: quando chego a esse ponto, mudo o pensamento e procuro não pensar onde vai dar seguir a multidão.
Mas, precisa insistir na pergunta: onde dará o caminhar junto com a multidão? Se quer a resposta a essa questão eu dou.
Aquele que caminha com a multidão irá sair da carne e continuará ligado ao mesmo ego de hoje, ou seja, viverá as mesmas coisas que vive agora. Durante essa vivência continuará a sofrer depurações até que possa ser desligado da personalidade transitória.
Depois que isso acontecer, irá novamente estudar junto com os mentores até que entrará numa nova fila para encarnação, num novo planejamento de vida. Quando chegar a sua hora, encarnará. Aí terá que viver como bebê aprendendo as coisas deste mundo, como criança e adolescente, até chegar à maturidade. Nesse momento terá que realizar o trabalho que não fez na vida de agora.
Veja como tudo isso é muito mais trabalhoso. Se seguem a multidão por comodismo hoje, na verdade estão arrumando muito mais trabalho para o futuro. É isso que quero que pensem: o preço que pagarão pela omissão de hoje frente a vida.
Na verdade, vocês não vivem do jeito que vivem por maldade, por serem maus. Não fazem isso para atacar ninguém, mas por omissão.
Participante: eu diria que é um suicídio espiritual.
Perfeito: é um suicídio espiritual achar que se é capaz de viver independente de Deus. Achar que faz alguma coisa por decisão própria, que pode separar o bem do mal, que pode mudar o mundo, que pode ditar as regras e normas que os outros devem seguir, é um suicídio espiritual.
Sei que criticam o suicida material, aquele que tira a sua própria vida, mas muitas vezes ele tem mais coragem do que muitos que se dizem buscadores de Deus. Ele enfrentou o desconhecido, enquanto muitos buscadores fogem dele o tempo inteiro. Preferem ficar na comodidade das coisas que conhecem neste mundo.
O suicida age para acabar com a sua vida por conta do quanto sofre. Sei que é uma comparação não perfeita, mas, posso dizer que espiritualmente poderíamos até considera-lo um herói. Já aqueles que seguem a sociedade humana por simples comodismo são covardes, pois não agem para pôr termo a vida nem para reformarem-se. Continuam vivendo o que a vida apresenta sofrendo, dizendo que a vida é uma droga, mas não fazem nada para melhorar isso.
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