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Participante: mas Deus não aprova o fanatismo.
Será que não aprova? Tenho certeza de que o fanatismo, como você compreende, realmente não aprova. Mas, levando em consideração o real significado do termo fanatismo, acho que Ele deve aprovar.
Fanatismo não é loucura, é entrega. Será que Deus não aprova entrega a Ele? Se isso é real, Cristo está errado quando ensinou que precisamos amar a Deus acima de todas as coisas. Se o mandamento maior é amar a Deus acima de todas as coisas, isso quer dizer que ser fanático por Ele é seguir o caminho indicado por Cristo.
Se não fosse para ser fanático, Cristo teria ensinado: ame a vida material acima de todas as coisas e, quando sobrar tempo, dedique-se a Deus.
Participante: todo fanatismo é prejudicial. No oriente médio, matam e se suicidam em nome de Deus.
E aqui também.
Quando você critica o governo porque não dá comida, está matando uma pessoa. Digo isso porque a crítica causa a morte, uma morte moral.
Não adianta justificarmos apontando o erro dos outros. Se aqui fosse um país onde só houvesse o amor universal, o ensinado por Cristo, aquele que é acima de todas as coisas e ao próximo como a si, que não aceita críticas a quem quer que seja, poderíamos até falar dos outros. No entanto, a trave que existe no nosso olho, que é não ver a nossa ação, mas apenas o que o outro faz, é algo que o mestre não aconselhou quando ensinou: atire a primeira pedra aquele que não tem pecado.
Participante: falo de mortes concretas.
Morte é morte…
Conheço um ser que está aqui do outro lado, desencarnou, de desgosto. A mulher dele costuma reprendê-lo da seguinte forma: ‘cala boca, eu tenho dinheiro e mando nessa casa’. Ele, de tanta amargura, acabou desencarnado. Qual a diferença entre falar assim e dar um tiro? Nenhuma!
Além disso, não sei por que você está tão preocupado com o matar em nome de Deus. Qual a importância da morte para o espiritualista? Para o humano, é algo muito profundo, mas para o ser universal é libertação. O espírito, quando encarnado, está doido para se libertar da carne. Seja de que modo for, para ele o dia da morte é de glória: ‘me livrei dessa massa densa’.
O problema são os valores. Quando um ser acha a vida humana ótima, se sente realizado por estar vivo, quer a preservar. Por isso, frente à perspectiva da morte, se borra de medo. Por que desse medo? Como vimos no início desse comentário, a consciência do espírito está preocupada com o julgamento do final da sua etapa de provações.