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ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
(por Joaquim de Aruanda – organizado pela amiga Lívia Cardoso)

SENHOR, FAZEI-ME INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ
(instrumento da paz de Deus; instrumento sem agir por individualismos, quando se retira da sua existência tudo o que ‘acha’, ‘sabe’ ou ‘conhece’; paz que advém da compreensão de que a ação provém de Deus e não do homem em qualquer acontecimento da vida)

ONDE HOUVER ÓDIO QUE EU LEVE O AMOR
(levar a quem tem ódio – individualismo ferido – o amor de Deus, que leva ao estado de graça; amor que é a compreensão da ‘lei do carma’: justa e amorosa reação que Deus dá à ação anterior do espírito; ensinar a amar toda situação criada por Deus em sua vida)

ONDE HOUVER OFENSA QUE EU LEVE O PERDÃO
(levar a quem foi contrariado – não aconteceu o que ‘acha’, ‘quer’ ou ‘gosta’ – o perdão; perdoar que é não ver erro, é dar o direito ao outro de estar certo a partir do seu ponto de vista; é entender o outro como mero instrumento divino do seu merecimento)

ONDE HOUVER DISCÓRDIA QUE EU LEVE A UNIÃO
(levar a quem vive em discórdia – humanos defendendo seus individualismos – a união: fim das vontades individuais; estar em união é entender que cada um já tem tudo aquilo que precisa para ser feliz; entender que o Pai dá ao filho amado segundo a sua obra)

ONDE HOUVER DÚVIDAS QUE EU LEVE A FÉ
(levar a quem tem dúvidas – por não viver a Realidade e ter a certeza de que pode compreender o mundo – sobre o que lhe acontece a fé: confiança e entrega total a Deus; apenas com esta fé é que se consegue ver o ‘outro’, a ‘ofensa’ ou o ‘erro’ como Deus agindo)

ONDE HOUVER ERRO QUE EU LEVE A VERDADE
(levar a quem enxerga erro nos atos – ilusão de que os seres humanos agem ou que se imaginam fazendo algo – a Verdade: aquela que não é relativa, que provem de Deus; Verdade que os levam a sair da ilusão e enxergarem-se apenas como instrumento, ação de Deus)

ONDE HOUVER DESESPERO QUE EU LEVE A ESPERANÇA
(levar a quem está em desespero – impossibilidade de alterar a situação – a esperança: que a felicidade incondicional pode ser alcançada nesta vida; felicidade que é fruto do ’amar a Deus e a todos’ em todas as situações que se esteja vivendo, como ensinou Cristo)

ONDE HOUVER TRISTEZA QUE EU LEVE A ALEGRIA
(levar a quem está triste – não gostar do que está acontecendo – a alegria: estar em Deus; alegria que não é o prazer ou o acabar com a situação ruim; é ver como são perfeitas as coisas de Deus; é libertar-se do maior inimigo – verdades, razão, quereres – para ser feliz)

ONDE HOUVER TREVAS QUE EU LEVE A LUZ
(levar a quem está nas trevas – individualismo que obscurece – a luz: Deus; é levar a própria Luminosidade; é ensinar a idolatrar a Deus acima de todas as coisas, inclusive de religiões e mestres; é vivenciar as situações em congraçamento com a Realidade)

OH MESTRE, FAZE COM QUE EU PROCURE MAIS
(até aqui, pedia-se para ser instrumento de Deus, ao agir para o próximo auxiliando o Pai na Sua obra; agora, fala-se do que esperar receber pela doação amorosa)

CONSOLAR DO QUE SER CONSOLADO
(aquele que busca a elevação espiritual está sempre disposto a dar, a servir, a escutar, a auxiliar ao próximo e nunca preocupado em esperar que os outros lhe auxilie, agradeça ou que seja retribuído pelo outro ou por Deus com luz, união ou amor para si)

COMPREENDER DO QUE SER COMPREENDIDO
(aquele que busca a elevação espiritual sabe que cada um age em legítima defesa do seu ‘eu interior material’, do seu ego, de suas verdades, dos seus desejos; de posse dessa compreensão, não mais reage contra o próximo; reage com amor; dá a outra face)

AMAR DO QUE SER AMADO
(aquele que busca a elevação espiritual pede que faça os outros felizes, mas que a sua felicidade não dependa deles; que o seu amor ao próximo não dependa de condicionamentos a verdades e paixões; que Deus seja colocado frente ao ódio, à discórdia, ao erro)

POIS É DANDO QUE SE RECEBE, É PERDOANDO QUE SE É PERDOADO
(aquele que busca a elevação espiritual compreende aí a lei do carma e a máxima: fazer aos outros o que quero que ele faça para mim; somente aquele que se liberta de suas verdades e faz para os outros incondicionalmente encontra a verdadeira ‘vida’)

É MORRENDO QUE SE VIVE PARA A VIDA ETERNA
(aquele que busca a elevação espiritual compreende a máxima: em verdade, em verdade, vos digo, quem não nascer de novo não verá o ‘reino do céu’; sabe que é preciso antes morrer, utilizar a espada que Cristo trouxe para matar o individualismo, o ego)

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