Participante: a pessoa fala na pergunta que o instinto nunca se engana e é feito para satisfazer as necessidades. Seriam as necessidades do corpo como a fome?
Não, necessidades do espírito.
Comer é ato. O ato quem faz é Deus.
Participante: e a fome?
A fome é ato. A fome está dentro.
Participante: porque a impressão que tive é que ela está falando do instinto para satisfazer as necessidades do corpo.
O animal não tem necessidade nenhuma. Ele não come por fome, não come por necessidade, come porque come.
Participante: como que o animal não tem fome?
Vocês, como têm, não conseguem imaginar como algum ser pode não ter fome. O animal não tem fome não tendo fome.
A fome é um raciocínio. Por isso o ter fome, sentir fome, passar fome, o achar errado ter fome é um ismo.
Participante: então, quando o cachorro está magro na rua procurando comida, isso não é fome?
É falta de comida, não fome.
Ele não tem a fome. Não busca comida dizendo meu Deus, preciso comer, tenho que comer! Não faz isso porque não tem raciocínio! A fome é um raciocínio.
Ele está mago, não porque tem fome, mas porque não come. O não comer não desperta um instinto de fome, porque o instinto não raciocina.
O problema para compreender o que estou falando é que vocês não fazem ideia do que é instinto. Não sabem o que é. Por que não sabem? Porque para vocês tudo que têm consciência é racional, é raciocinado.
Tudo tem uma lógica humana. Como você acabou de falar, o não comer desperta a fome. Não, porque não existe fome no instinto. A fome é fruto de uma análise racional.
É por que são animais diferentes. O ser humano é considerado um animal racional. Ele raciocina, por isso sabe quando tem fome, quando está doente, quando está cansado.
Tudo que ele sabe é fruto de um raciocínio. O instinto não gera essas coisas. Por isso os animais irracionais não têm.