Participante: sofremos de uma doença chamada egoísmo, por isso estamos sempre querendo brincar de deus? Sempre estamos contrários a Ele?
Veja, o egoísmo não é uma doença: é uma opção. Você sofre de egoísmo porque quer ser egoísta. Deixe-me tentar colocar isso palavras que não choquem muito.
Lembro uma vez que o moço falou: “Joaquim, como vou largar as coisas da terra. Olha que bonito o passarinho no meio da mata, cantando, que coisa linda o pôr e o nascer do sol”. Respondi: “É por isso que você está encarnando e desencarnando há sete mil anos. Ainda acha isso bonito e quer voltar”.
A sua pergunta é a mesma coisa. Você não tem uma doença chamada egoísmo: quer, gosta do egoísmo, quer ser egoísta. Por quê? Porque está inebriado pelo prazer.
O prazer inebria o espírito. Por causa desse deslumbre com o prazer quer ser egoísta, já que sem egoísmo não conseguirá viver essa emoção. Quem não é egoísta, não tem prazer.
O prazer é a satisfação de ver as obrigações e necessidades atendidas. Só tem prazer aquele que acha certo fazer alguma coisa e vê que o seu certo foi feito. Aí vive o prazer.
O ser humanizado não abre mão de ser egoísta porque quer o prazer, quer ser chamada de certo, quer ser elogiado. É isso que vocês precisam entender: o egoísmo não é doença, é opção que faz aquele que está inebriado pelo prazer. É aquele que gosta de ouvir que está certo, que arrumou tudo direitinho, que sabe a verdade, que é bonito, etc.
Veja bem. Noventa e nove por cento das pessoas que conversam comigo, não só aqui, mas em todos os lugares, afirmam que estão buscando a elevação espiritual. Mas, fazem isso para quê? Para ganhar! Para ter o prazer de se sentir elevado.
Elevação espiritual não se busca para ganhar nada; busca para se aproximar de Deus. Busca para se libertar de alguma coisa, para servir ao próximo. Essa deveria ser a motivação de quem busca sinceramente a elevação espiritual. No entanto, a grande maioria está sempre buscando para ter o prazer de dizer ‘eu me elevei!’.
É, o mundo é um pouco diferente do que imaginamos. Quando começamos a analisar os ismos do ego vemos o quanto esse tentador tem de armas, de elementos, para nos levar a viver o nosso egoísmo. Mais: vê que queremos ser usado pela razão explorado para podermos ter o prazer.
Pense nisso.
Participante: você falou em servir ao próximo, como se serve ao próximo?
Senhor fazei de mim o instrumento de vossa vontade. Servir ao próximo não como eu quero servir, não como devo servir, não como é, como eu imagino que deve ser servido. Servir ao próximo é ser instrumento de Deus para levar ao outro o que Deus quiser que aconteça.