Participante: Porque quando estamos, por exemplo dirigindo, ou seja, praticando algo em que corremos perigo, ficamos atentos, presentes no que estamos fazendo?
Deixe-me dizer algo para termos logo uma noção sobre o assunto: prestar atenção à mente é um trabalho onde você tem que ser muito criterioso. Por que? Porque você está tão enraizado na mente que tem coisas que ela coloca que são viciadas.
É o que falei do jogar com a vida: a roleta é viciada. Quer um grande exemplo do seu vício? Para o dar, vou iniciar a leitura da sua pergunta.
Você disse: quando estamos dirigindo. Eu pergunto: quem está dirigindo? A mente. É ela quem está dirigindo. Neste momento observe a mente dirigir e saiba que não é você que está fazendo isso. Se fizer esta observação, não me perguntará porque você ficar atento, presente. Você só quer saber porque fica desse jeito porque ainda imagina que é você quem está dirigindo.
Observe a mente dirigindo. O observador não está atento à estrada nem a forma como o humano está dirigindo. Dirigir é um ato da vida, portanto, praticado pela mente. Por isso, por mais que esteja atento à estrada, presente no dirigir, acaba batendo.
Portanto, não adianta se concentrar no dirigir. No entanto, adianta se concentrar em ver a mente dirigindo. O que ela está lhe dizendo enquanto está dirigindo? Ela está falando em cansaço, medo, nervosismo, pânico, preocupação, problemas com horários? Não compactue com nada disso.
Participante: Sobre o dirigir, dizem que mudar o caminho para o trabalho todo dia é um exercício para o cérebro. Não seria dar ainda mais chances para a mente?
O que você espera como resposta à sua pergunta? Saber se aconselho mudar o caminho ou não? Ou será que espera que eu responda que isso é melhor ou não para o cérebro?
Aquela pessoa ali me disse que é pior. Será que ela está errada e você certo?
Veja como vocês se perdem porque estão subordinados à mente. Depois de tudo o que já conversamos até aqui, você está preocupado com um ato.
Quem mudará ou não o caminho? Quem irá dirigir o carro? Quem determinará o caminho? A mente. Portanto, você precisa estar ocupado em observar o que ela cria e não em saber se esse ou aquele ato é melhor.
Não se preocupe com o caminho que a mente traçar nem se aquele ato é melhor ou pior para o seu trabalho. Concentre-se apenas em ouvir o que a mente diz e não compactue com isso.