Participante: como lidar com a mediunidade onde sinto algo da outra pessoa? Às vezes tenho medo e insegurança para falar, fico matutando no que veio a mim, pensando: será que foi certo contar ou não? Poderia comentar?
Claro que poderia.
No início da pergunta, fala ‘como lidar com a mediunidade’. Saiba de uma coisa: ninguém lida com a mediunidade; a mediunidade lida com você.
Por quê? Por que você não fica pensando assim: o que tenho que saber dessa pessoa? O que vou procurar saber daquela outra? Não é assim que acontece: o que deve ser dito vem à sua cabeça.
Esse fato da informação surgir na mente é chamado de processo mediúnico: a informação aparece na sua cabeça. Com isso, você não tem como lidar. A informação vem, vai, volta na hora que tem que vir. Por isso, o que precisa lidar não é com a informação, mas com a ideia que pergunta: devo passar ou não?
Isso não tem a ver com a mediunidade, tem a ver com razão. Por isso, no momento em que a questão vier, precisa dizer a si: não sei, na hora que falar, devia falar; na hora que não falar, não devia.
Veja, esse momento, apesar de ser um processo espiritual, faz parte do teatro da vida, é ato. Por isso, vai acontecer se tiver que acontecer, se não tiver, não vai. Saiba de uma coisa: se não tiver que falar, jamais vai. Por quê? Porque toda a mediunidade, ou seja, toda a informação que vem através da razão como se fosse algo espiritual, é prova para você, mas também é prova para o outro, para aquele que você falar ou não. Por isso, o que fizer precisa estar conforme o que o outro precisa e deve receber.
É o que falamos em outra resposta: tudo é justo, tudo é direito. Por quê? Porque cada um recebe segundo as suas obras. Sendo assim, o que você falar ou omitir será um reflexo das obras do outro. Se estiver escrito para não ouvir, você jamais vai falar. Se estiver escrito para falar, você jamais vai conseguir calar.
Esse é o primeiro detalhe. Você precisa deixar a vida correr. Se sair, saiu; se não sair, não saiu. Lembre-se de que não é você que decide.
Dessa consciência vem a grande lição dessa resposta. Disse que o processo mediúnico é carma para o outro, é prova para o outro, mas é prova para você também.
Qual é sua prova durante o processo mediúnico? Lidar com essa dúvida, essa agonia, essa angústia de saber se deve ou não falar.
Essa é sua prova, não é só durante esse processo, mas a todo momento da vida. Durante um dia – não vou nem falar durante a vida, porque são incontáveis – vocês são colocados em encruzilhadas constantes: faço isso, faço aquilo, vou pular aqui, vou pular ali, tomo essa ou aquela decisão, e agora, o que vai acontecer?
Isso gera angústia, agonia e culpa quando, por acaso, toma uma decisão que não dá certo. Por isso, deixe-me aproveitar e falar sobre tomar decisões.
Se existe uma Causa Primária, a sua indecisão e decisão são criadas por ela. Costumo dizer o seguinte: ninguém pega Deus de calça curta, ninguém pega a Deus desprevenido.
Saiba, não é você que vai escolher nada, a escolha já está feita! A dúvida atual sobre escolher é apenas um momento que leva a uma aparente escolha, que já foi escolhida antes da encarnação.
Então, quando a razão estiver colocando a ideia de estar em uma encruzilhada, a ideia de decidir isso ou aquilo, não viva em desarmonia, não viva a angústia de querer saber o que vai fazer. Faça o que fizer.
Vou por aqui ou por ali? Não sei. Acho melhor por aqui. Vá embora e não questione a sua decisão.
Já dei uma resposta anteriormente e vou falar outra vez: parem de pensar a vida. Não adianta ficar analisando se é melhor ir por aqui ou por lá; se é melhor fazer isso ou aquilo. Por quê? Porque o que vai ser feito, o que vai ser escolhido, já está escrito.
Então, siga em frente! Siga em paz, tranquilo, o caminho que a razão escolher para fazer.
Esteja em paz, viu?