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Quero dizer mais o seguinte: o filho que vai herdar a propriedade do pai é tratado como empregado enquanto é menor de idade, ainda que seja de fato o dono de tudo.

Esta afirmação de Paulo é importantíssima para o “bom” aproveitamento da encarnação como instrumento da elevação espiritual. O filho, enquanto menor de idade, é simplesmente filho do dono e não o próprio senhor.

Nós todos somos espíritos menores de idade (crianças), moramos na casa de nosso Pai (Deus) sob a Sua tutela, mas queremos ensiná-Lo o que está certo ou errado na forma como Ele dispõe das coisas.

Somos criancinhas que queremos mudar os móveis da casa de Deus de lugar porque não gostamos da arrumação que Ele deu à Sua casa. Mas, a casa não é nossa, é de Deus.

Quando vamos entender isto? Quando o espírito vai entender que ele não tem nada? Herdará um dia, mas no momento é tudo de Deus.

Por agirem assim os seres humanizados querem colocar casa onde tem floresta e colocar floresta onde tem casa. Mas, se Deus pôs floresta ali, este é o lugar dela; se Deus pôs casa aqui, este é o lugar da casa.

Aquele que possui a consciência de ser filho de Deus (o espírito liberto da humanização) não briga contra o Pai, ou seja, não quer mudar o mundo. Ele vive com felicidade e harmonia a vida de Deus, a casa do Pai. Nós somos simples crianças morando na casa de Deus.

Vivamos a aventura encarnatória tentando compreender a ação do Pai na direção de seus negócios, pois o dia que Ele não estiver mais aqui, quem fará comandará somos nós. Mas, se não utilizarmos o tempo encarnado para aprender como Deus gerencia Sua casa, mas para criticá-lo, nosso destino espiritual será igual ao que acontece na mesma situação na vida carnal.

O filho carnal que não trabalha, que não acompanha o gerenciamento que o pai dá aos seus negócios, mas sabe criticar a sua forma de administrar os seus negócios, assim que este pai “fecha os olhos”, acaba com todo patrimônio. Isto acontece porque ao invés de aproveitar enquanto era menor para aprender com o progenitor, preferiu criticá-lo imaginando que o pai nada sabia e que só ele conhecia o que era “certo”.

Se nós não começarmos a aprender com Deus como se faz, como se administra a felicidade, ao invés de criticá-Lo pelo que faz, nos transformaremos nas crianças mimadas que não sabem o que fazer com a herança que o Pai deixa.

Esta conclusão é forte, mas é necessária para nossa evolução espiritual. Vivemos apegados a “julgar” os outros sem ver que agimos da mesma forma.

A mesma crítica que fazemos aos “filhinhos de papai” da Terra deveria ser dirigida a nós mesmo, pois estamos fazendo com nosso Pai aquilo que estes elementos fazem. Ao invés de aprendermos com Deus como se administra uma vida (como se vive na felicidade), viramos “de costas” para Deus e afirmamos que Ele nada sabe, mas que apenas nós conhecemos o que é essencial para se retirar lucro (felicidade) desta vida.

Precisamos começar a compreender que somos espiritualmente bebês e não adultos; que possuímos uma ínfima parcela de cultura e ciência universal ao invés de imaginarmos que porque lemos o Livro dos Espíritos já conhecemos toda Realidade do Universo e podemos “governar” o mundo ditando o que é “certo” e “errado”. Precisamos parar de imaginar que somos capazes e livres de mudar tudo e todos ao nosso bel prazer.

Acima do ser humanizado sempre existe Deus. É por isto que o Espírito da Verdade diz assim: “o homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater” (O Livro dos Espíritos – pergunta 09).

A humanidade muda o curso do rio para satisfazer-se. Aí vem Deus e faz o rio voltar ao seu leito natural e no caminho deste retorno levar todas as casas que os homens construíram. Neste momento o ser humanizado xinga a Deus, o acusa de não o proteger, mas não vê que foi ele que interferiu na obra do Pai, ou seja, não entende que a perda das casas foi consequência dele ter tentado alterar a administração de Deus sobre as coisas.

Vamos começar a viver a realidade: o que Deus pôs ninguém dispõe. E como Cristo ensinou, tudo aquilo que não for plantado pelo meu Pai será arrancado pela raiz (Evangelho Apócrifo de Tomé).

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