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Figuremos dois avarentos. Um deles nega a si mesmo o necessário e morre de miséria sobre o seu tesouro. O segundo só o é para os outros, mostrando-se pródigo para si mesmo. Enquanto recua ante o mais ligeiro sacrifício para prestar um serviço ou fazer qualquer coisa útil, nuca julga demasiado o que dispensa para satisfazer aos seus gostos ou as suas paixões. Peça-lhe um obséquio e estará sempre em dificuldade para fazê-lo. Imagine, porém, realizar uma fantasia e terá sempre o bastante para isso. Qual o mais culpado e qual o que se achará em pior situação no mundo dos espíritos? O que se satisfaz, pois é mais egoísta do que avarento. O outro já recebeu parte do seu castigo. (O Livro dos Espíritos)