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Estou falando de cada um analisar a sua situação e chegar individualmente à conclusão de que não pode mudar o que tem.
Não estou falando em acreditar que foi Deus como Causa Primária que causou a doença, em crer que o seu destino estava escrito e que por isso está tendo aquela doença. O que estou dizendo é que deve agir contra a emoção do sofrimento porque parou, analisou e viu que a sua realidade é uma e que não consegue muda-la. Por isso, conscientiza-se de que precisa partir para um plano B, uma alternativa ao sofrimento. Essa é sempre aprender a conviver com aquilo que não se pode mudar.
Ainda vamos falar do desejo, mas por enquanto o que quero que compreendam é que situações se apresentam na existência de vocês e muitas delas são vivenciadas com algum desconforto. Neste momento, parem, analisem a situação. Para isso, perguntem a si mesmos: ‘posso alterar o que está me causando desconforto? Se sim, vou lá e mudo o que posso, se não, busco viver com o que está acontecendo sem contrariedade”.
Ser feliz é muito simples. Imagine que está vendo um canal de televisão e o programa que está passando cause algum desconforto. Mude de canal. Você não é obrigado a assistir o que não gosta. Da mesma forma, não é obrigado a sofrer: basta mudar a forma de vivenciar o acontecimento.
O problema é que ao invés de mudarem o canal, vocês ficam assistindo a porcaria do programa e criticando, dizendo que é uma porcaria.
Outro dia soube de uma discussão no mundo humano a respeito de uma cena de novela onde dois homens se beijavam. Na discussão as pessoas se posicionavam criticando ou não a existência dessa cena no programa. Porque essa discussão? Não compreendo…
Acho que o óbvio é o seguinte: não gostou de alguma cena que está passando na televisão, muda o canal. Se fizer isso, não terá motivo para sofrer por que tal ou qual cena foi ao ar.
Participante: no caso da síndrome de pânico é mudar o foco?
Não. É aceitar que você é um doente.
Participante: é um abrir mão?
Não é um abrir mão de nada: é uma aceitação de realidade. É isso que vocês não fazem quando a situação aparentemente lhes faz perder alguma coisa.
O que é uma pessoa doente? Alguém que é fraco, um ser humano de segunda categoria. É assim que a sua mente interpreta as doenças desse mundo. Por isso, não aceita o fato de ter a síndrome do pânico.
Para provar que é um forte, um vencedor, a mente rebela-se contra os efeitos dessa doença e cria o desejo de ir a diversos lugares. Só que isso é impossível. Portanto, mesmo sabendo que para alguns pode parecer que você é mais fraco, aceite a sua realidade.
Participante: mas, eu preciso sair para trabalhar. Se não fizer isso vou morrer de fome.
Então, vá para a rua sabendo que estará nela com medo de tudo o que aparecer. Veja como a coisa é lógica e óbvia.
Para aqueles que precisam sair para ganhar o dinheiro e possuem essa doença, a sua ajuda deve ser no sentido de mostrar que é imperioso que saiam e que quando fizerem isso o medo virá. Sabendo que isso é inexorável, para que sofrer porque está com medo?
Participante: não peguei o fio da meada.
O fio da meada que você quer está em responder para si mesmo: ‘eu posso mudar essa situação que está me fazendo sofrer’?
Participante: nesse caso não.
Não importa o caso. Em qualquer situação precisa verificar se tem a possibilidade de alterar o que está acontecendo. Descobrindo que não pode, precisa se conscientizar de que a única forma de conseguir viver feliz e em paz é aprender a de alguma forma conviver com o que tem.
Participante: eu sofri muito por ser pequenininha.
Se a sua estatura lhe faz sofrer, busque crescer. Veja se tem alguma intervenção cirúrgica possível, se pode aumentar o salto, etc. Agora, se nada disso for viável ou possível de ser feito, aprenda a viver com a sua altura.
Para isso existem uma série de argumentos pode existir, como por exemplo: os melhores perfumes estão nos menores frascos, cabe apertadinha junto do namorado, etc. Argumentos não têm problema: podem usar o que quiserem. O importante é que sirvam para que consiga viver em paz o que antes lhe causava sofrimento.
Participante: tem um amigo nosso que na visão de quem vê de fora, teria razão para ter todos os sofrimentos do mundo. Ele tem infecção na bexiga, não pode se locomover porque é tetraplégico, no entanto, é a pessoa mais feliz que eu conheço. Ele é um inteligente emocional. Digo isso porque conversa conosco e diz que não consegue mudar a sua situação. Por isso, diz ele, ao invés de sofrer, pinta quadros com a boca.
Realmente esse é o inteligente emocional. Quem é dessa forma reconhece a sua limitação … A sua incapacidade de gerir a vida. Quem não consegue se conscientizar dessa sua incapacidade, que ainda sonha que é capaz de agir de alguma forma para mudar a situação que está vivendo, só sofre, pois nem resolve nada nem consegue ser feliz.
Lembra de uma frase que sempre disse: da sua declaração de incapacidade para viver nasce a sua capacidade de ser feliz. Enquanto o ser humanizado não se declarar incapaz de mudar algumas coisas no mundo, não será feliz. Continuará batendo a cabeça na parede esperando para ver quem arrebenta primeiro: a sua cabeça ou a parede. Garanto que não é a parede.
Participante: isso teria que ser adotado por todos …
Não. Isso deve ser adotado por você para si mesmo, se quiser não sofrer. O resto do mundo que se dane. Tudo é de você para você mesmo.
Sabe o que acontece na hora que reconhece a sua incapacidade? Você está bem. É só isso; nada mais muda. Aquela pessoa aprende a ser uma baixinha ‘conformada’. Ela mesma continua não querendo ser mignon e as outras pessoas continuam a vendo como uma nanica: a única coisa que muda é o fim do sofrimento por causa da estatura.
Estou insistindo porque isso é o fundamental para ser feliz. Analise as situações que causam sofrimento e conclua pela sua incapacidade de muda-las. A partir disso, descubra que a única forma que possui para não sofrer é aprender a conviver emocionalmente de uma forma diferente com elas.