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Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?

Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.

  Deus deu ao homem a inteligência para distinguir o bem do mal.

O que é bem que acabamos de falar? Amar a Deus sobre todas as coisas. Por isso quando você diz que o outro não vale nada, quando aceita a ideia de que o outro não presta, está errado, está amando a Deus acima de todas as coisas, está amando o próximo como a si mesmo? Claro que não. Está amando os seus valores, as suas ideias, as suas verdades.

Então, sim, é possível saber quando se pratica o bem, quando se ama a Deus sobre todas as coisas. É possível saber também quando não ama.

Essa é a realidade. Quando se entrega a qualquer coisa como fruto do seu desejo, ou seja, quero fazer, gosto de fazer, é isso que quero fazer, você sabe que está agindo por maldade. Tem a condição de saber que está no mal, pois está amando-se acima de todas as coisas.

Então sim, o homem é capaz de saber o que é o bem, pois Deus lhe deu a condição de compreender que é escravo do desejo, escravo de suas verdades. O problema é o homem querer se libertar desse desejo. A maioria não consegue, pois é escravo tão profundo que não vê mais nada a sua volta. Para ele, a única coisa que existe é o que ele quer, gosta, acredita, os outros, que se danem.

Esse é o mal. O mal não é o bandido que muitas vezes sai para assaltar porque para ele não há outra solução de vida. O mal não está no assaltar, está no achar que tem que assaltar, que assaltar é bom e que pode assaltar quem quiser. Aí está a maldade, não naqueles que muitas vezes participam dessas ações sem a maldade.

  Já comentei aqui o caso da prostituta e o monge. A prostituta que foi acusada pelo monge pela profissão que exercia. Na morte, ela subiu para o céu porque mesmo se prostituindo estava no bem, enquanto o monge, vivendo dentro do seu monastério preso em orações, estava no mal, pois achava que tinha o direito de julgar e criticar os outros.

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