Culpa é um ato danoso a outrem ou uma ação negligente ou imprudente. Deus quando comanda os acontecimentos desse mundo jamais pensa em causar dano a alguém nem age negligentemente ou imprudentemente. Tudo o que faz tem um propósito: criar a provação do espírito o que, aliás, é o objetivo supremo da encarnação.
Deus age pela Justiça Perfeita, mas sempre com o Amor Sublime. Ele cria a provação para cada espírito, mas não como pena ou castigo, mas sim proporcionando uma nova oportunidade para que obtenha a sua elevação. Aliás, é nisso que se fundamenta o dogma da reencarnação:
171. Em que se fundamenta o dogma da reencarnação? Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.
(O Livro dos Espíritos)
As vítimas de hoje, pode ter certeza, foram os algozes de ontem. São vítimas hoje não como castigo pelo que fizeram ontem, mas para que aproveitem a oportunidade de hoje e possam redimir-se. Tudo isso é feito por um Deus que não age com iniquidade, ódio implacável e através de castigos sem remissão. Portanto, pare de considerar a ideia de haver vítimas inocentes de uma história e prove o seu amor a Deus acima de tudo fazendo como Kardec ensina:
O homem que tem consciência da sua inferioridade haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na Justiça de Deus não pode contar que venha a achar-se para sempre em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustem-no, porém, e lhe reanima a coragem a ideia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida: o Espírito a utilizará em nova experiência…
(O Livro dos Espíritos)