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Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de mestre.
Por que o professor da lei gosta de ser cumprimentado com respeito? Para ele, o respeito é a prova da fama. Os professores da lei gostam que os outros digam o quanto ele sabe. Gosta que os outros estejam sempre afirmando: ‘é um prazer e uma honra lhe cumprimentar’.
Por que eu deveria ter essa deferência especial pelo professor da lei já que ele é um ser humano igual a mim? Se ele vive a vida da mesma forma que eu (baseado no individualismo), então, porque é preciso bajulá-lo? Na verdade, o professor da lei não quer ser respeitado, mas bajulado. O que ele exige é o respeito pela sua superioridade.
Esta é uma característica do ser individualista, do professor da lei. Sempre está querendo que os outros demonstrem o quanto ele é importante. Necessita que os outros demonstrem o servilismo que cada um tem, porque isso é alimento para o professor da lei: precisa disto para viver.
Quando alguém passa e não o reconhece, não lhe trata com respeito, o professor da lei sofre: ‘Como, você não está olhando para mim, você não está falando comigo, está conversando com outro? Mas eu sou o professor da lei, sou eu que sei as coisas’. Este sofrimento é morte para ele.
Esta característica Cristo não teve. Ele deixou os professores da lei jantando e foi comer com as prostitutas. Esse tipo de comportamento foi um dos motivos alegados pelo Sinédio, os professores da lei hebreus, para crucificar o Cristo. ‘Como ele não vem aqui no templo para ensinar e vai para a casa de uma prostituta’?
Aquele que diz que o Cristo cumpriu as leis, nunca entendeu a Bíblia. O mestre não cumpriu nenhuma lei: descumpriu todas que existiam. Ele descumpriu todas as leis do Sinédrio, a dos professores da lei, e cumpriu as leis de Deus: amou a todos e a Deus acima de todas as coisas. Esta é a única lei que existe, mas que também não é uma lei, como já vimos, mas um caminho que cada um pode escolher.
Então, precisamos mudarmo-nos. Parar de cobrar dos outros a adoração a si. Parar de cobrar dos outros que devem nos servir, que devem nos respeitar porque sabemos a verdade, o certo. Não é esse o caminho que leva a Deus.
Libertar-se dessa forma de agir deve ser a busca de todos nós, mesmo que ainda imagine que faça isso por amor ao próximo. Você faz por amor a si mesmo e não ao próximo. Não busca ajudar, mas a criar o servilismo.
Pergunta: Então seria interessante eu colocar minhas palavras incógnito?
Necessariamente não, até porque você jamais conseguiria colocar palavras sem ser percebido, pois quando um som sair alguém ouvirá. Não estará mais incógnito.
Fale, mas não busque a fama. Acabou de falar o que tinha que dizer, não permaneça esperando para receber os elogios. Não fique esperando todo mundo correr em volta de você para lhe elogiar, afirmar quanto foi boa a sua palavra.
Pergunta: Como agirmos para colocar nossas palavras?
Ame e deixe as palavras saírem da sua boca. Liberte-se das quatro âncoras e deixe a palavra sair da sua boca.
A palavra como coisa material não é criada por você, mas Deus Causa Primária é que fará as palavras saírem de sua boca. Portanto, não procure palavras: ligue-se a Deus e deixe sair. O que sair era para sair.