E olhem os pingentes grandes nas suas capas.
O “professor da lei” adora se enfeitar, estar bonito. Sabe para quê? Para causar boa impressão. Para que? Para mostrar o quanto é superior. Para que? Para poder amarrar fardos nas costas dos outros. Este é o ensinamento do Cristo.
Quando você vê uma pessoa excessivamente arrumada, “engomada”, é um “professor da lei” querendo aparecer, mostrar o quanto ele é importante. Age assim porque a humanidade acredita na aparência estética.
Afinal de contas, ninguém “importante” anda de sandálias de pescador e de bata, anda? Esqueci de Cristo … ele andava assim… e era o maior professor de qualquer lei, ou seja, aquele que mais conhecia as verdades dentre todos que já viveram na carne. Mas ele tinha uma ascensão moral verdadeira e não se preocupava com honras e glórias.
Agora aquele que gosta de ditar lei para benefício próprio (ter prazer), gosta de se arrumar. Quer estar sempre impecável para poder aparecer e com isso desfrutar de uma posição que não lhe aproxima de Deus, mas que faz com que os outros o idolatre.
Vou repetir aqui um ensinamento que as pessoas que já ouviram, mas para muitos pode ser novidade. Trilhar a evolução espiritual é como se fosse o caminho de um barco navegando do porto da ignorância com destino ao porto da sabedoria. Cada ensinamento é um barco que poderá fazer esse transporte.
Só que nesse caminhar do porto da ignorância até o da sabedoria o ser humano está preso por quatro âncoras, ou seja, quatro atitudes que, por mais que se aprenda os “segredos” do universo, não deixam o espírito evoluir.
Essas quatro âncoras são: a vontade de ter prazer e o medo do desprazer; a vontade de estar “certo” e o medo de estar “errado”; a busca da fama e o medo da infâmia, ou seja, de ser considerado “errado”; e a busca do elogio e o medo da crítica.
Essas quatro atitudes não deixam o espírito alcançar o porto da sabedoria, por mais que conheça os ensinamentos dos mestres. Enquanto o ser humanizado lutar para ter prazer terá medo do desprazer. Com isso não deixará jamais de lutar pelo prazer, pois tem o medo do desprazer. Continuando nesse ciclo vicioso ficará preso no meio do “mar”, ou seja, jamais transformará a sua caminhada de “ignorância” em sabedoria.
Enquanto quiser estar “certo”, terá medo de ser apontado como “errado”; enquanto quiser ser famoso, terá medo da infâmia e vai fazer de tudo para ser famoso, inclusive ostentando exteriormente o que não é por dento.
Buscará sempre o elogio fácil e terá medo da crítica. Muitos dizem que a crítica auxilia, mas quem afirma isso não quer ser criticado. Quando isso acontece perde uma grande oportunidade de promover a sua reforma acusando o outro.
Enquanto o ser em busca de Deus não se libertar dessas quatro âncoras, não as quebrar abandonando-as no mar (o caminho da evolução), não chegará ao porto da sabedoria. O “professor da lei” citado por Cristo nesse ensinamento é ancorado nessas quatro âncoras.