Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus: Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.

Jesus perguntou: Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos? Então apontou para os seus discípulos e disse: Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe. Evangelho de Mateus – Capítulo 12 – versículo 46 a 50)

O que o mestre quis dizer com isso?

Participante: é o rompimento com a família de carne.

Não. É dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Cristo não era um ser humano. Por isso não vivia as verdades humanas como algo obrigatório de ser vivido. Por isso, ao invés de se prender ao núcleo familiar gerado por consanguinidade, para ele existia uma grande família universal, que é composta por todos aqueles que fazem a vontade de Deus. Só isso.

Portanto, aqui não existe nenhum apelo ao rompimento com a família de carne. O que existe é o ensinamento que leva à compreensão de que família é algo muito diferente.

Gosto muito de explicar essa questão citando O Livro dos Espíritos. Lá Kardec pergunta ao Espírito da Verdade assim: ‘dizem que o espiritismo veio para acabar com a família. Isso é verdade’?

A resposta é a seguinte: ‘não é bem isso. Na verdade, com a informação da existência de múltiplas vidas onde cada  um assume um papel durante aquela encarnação, o espiritismo veio ampliar a sua família a tal ponto que o seu escravo e o seu superior façam parte dela’. Ou seja, aquele que está abaixo de você ou acima, todos.

Acho que essa é uma boa figura para explicar o que Cristo está falando. Ele está dizendo: todos são da sua família. Todos pertencem a uma família universal. Priorizar cargos ocupados em uma vida, não é espiritual.

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