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Mas além deste tema, o mestre ensina ainda: “Este mundo é apenas a obra de cinco elementos e na realidade não é mais do que uma miragem”.

Quais são os cinco elementos que o mestre Dattatreya afirma que compõem todas as coisas do planeta? Água, terra (sólido), ar, fogo e éter (matéria não perceptível pelas formas humanas). São eles que formam as coisas do planeta. Tudo que existe na sua vida é formado a partir deles. Tudo aquilo com que você convive é resultante da fusão deles.

Apesar disso, não se esqueça: mesmo esses cinco elementos são miragens. O que é uma miragem? Uma ilusão. Algo que você acredita que existe, mas não existe. Mas, de onde surge a ilusão? É o fruto de um raciocínio.

Segundo Dattatreya terra, água, fogo e éter não existem dentro da Realidade dos elementos percebidos. Cada um possui valores artificiais individuais que são dados como fruto do raciocínio do ser encarnado. Eles não existem para você dentro da Realidade, mas apenas dentro da sua compreensão.

Como já vimos, tudo é formado de um único elemento universal: o fluído cósmico universal. Portanto, aquilo que você vê e compreende como água, terra, fogo e éter, não passam de fluído cósmico universal que é raciocinado e compreendido como estes elementos. 

Você só pode compreender qualquer coisa do Universo racionalmente, ou seja, interpretar as coisas dando valores dentro do conhecimento do mundo em que vive. Isto ocorre porque não possui informações necessárias para entender a realidade deles.

Como o fruto do seu raciocínio (compreensão) não expressa uma realidade, as chamamos de ilusão ou maya. Sendo assim, tudo que você compreende racionalmente é uma ilusão. Qualquer coisa que compreenda pelo raciocínio é simplesmente uma miragem. Todo fruto do seu raciocínio material (ideias, imagens, palavras, valores, formas) são ilusões, mayas.

Pois, que fique bem claro àqueles que buscam a elevação espiritual: no planeta só existem cinco elementos. A diversidade que você cria entre os objetos materiais é ilusória, pois na verdade tudo é fruto da fusão destes cinco elementos. Não existem mesas, cadeiras, carros, paredes ou qualquer outra coisa, mas estes elementos são resultantes dos cinco elementos fundidos. 

No entanto, mesmo esta compreensão ainda é ilusória, pois estes cinco elementos para você são miragens, ilusões, reflexos daquilo que existe verdadeiramente e que você, por não percebê-lo acredita que não existe.

Participante: o espírito mesmo desencarnado acredita neste maya?

Sim, de acordo com o seu grau de evolução o maya é verdade para o espírito mesmo desencarnado. O único no Universo que não tem maya é Deus.

O Pai é o único que não têm maya porque conhece a Realidade das coisas. Apenas Ele a conhece: todos os outros chegam a uma interpretação da realidade e não a Realidade e, por isto, criam mayas.

Portanto, veja, neste ensinamento não estou dizendo que você tem que parar de interpretar, que deve negar o seu pensamento, mas que, se quiser evoluir espiritual alcançando a Unidade com Deus não pode se apegar à sua interpretação como verdade. São duas coisas diferentes.

Olhe para a parede da sua casa. Ali está uma parede: isto você não pode mudar. No entanto, pode não se apegar a esta visão como realidade. Você vê, mas não se apegue a isto como verdade porque ela não existe.

Apegando-se terá que lutar contra aqueles que disserem que aquilo não é uma parede. Com isto não estará servindo-os

Participante: estes elementos existem além dos nossos sentidos, mas os percebemos através dos nossos sentidos que são materiais. Assim sendo, não será possível que eles sejam um reflexo feio de algo mais belo que nós não conseguimos ver com os nossos sentidos?

O feio e o belo são ilusões suas, pois são valores criados como fruto de um raciocínio, de uma comparação com padrões individuais de beleza. É valor que você dá àquele objeto.

Ele é reflexo de outra coisa, com isto eu concordo, mas se esta coisa é mais bonita ou mais feia do que aquilo que você percebe, não há valores para o espírito poder julgar. Cada um julga de acordo com os seus valores individuais e os espíritos universalizados não mais possuem estes códigos para poder aplicar uma qualificação a nada.

Vou lhe contar uma história que ilustra a questão do belo e do feio. Cristo vinha passando na estrada com seus apóstolos e na beira dela havia um cachorro morto. Ele já estava lá há muito tempo e por isto as suas entranhas estavam saindo pela barriga.

Os apóstolos passaram e ao se depararem com a cena disseram: que coisa horrível, que fedor. Cristo parou, examinou a massa carnal respeitosamente e disse: olha que belos dentes ele tinha.

Por esta história, que é uma lenda hebraica, podemos compreender que o belo e o feio são valores individuais que cada um coloca de acordo com seu ponto de vista.

Quanto a sua outra afirmação, concordo que as coisas materiais são reflexos de outras coisas. No entanto, enquanto acreditar que apenas o que vê é real, sem dar ao que percebe o valor de reflexo de outra coisa que você não vê, continuará vivendo o maya, a ilusão.

Lute para libertar-se da escravidão de realidade que aplica às coisas que percebe, mas saiba que, mesmo quando descobrir do que as coisas materiais são reflexos, não se prenda a esta nova verdade. Mais tarde esta nova compreensão também se configurará em uma ilusão, pois só o Pai conhece a Realidade universal.

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