Agora que conversamos bastante sobre a primeira parte do ensinamento. Vamos voltar ao texto do Avadhut Gita para relembrar o que estamos estudando:
Verdadeiramente tudo isto é Atma. Não existe diferença, tampouco a não-diferença, nem existência ou não-existência: o que devo dizer? A mim tudo parece um espanto.
Não existem diferenças entre a maçã e o fluído universal, o feijão e o não feijão. Não existem diferenças entre existir ou não alguma coisa. Isso ocorre porque toda realidade que vive é apenas ilusão, maya.
Kardec nos ensinou que não há diferença entre viver a realidade de fluído universal ou de oxigênio até nova ordem, porque sabia que o fluído universal que o ser humanizado pode imaginar é um maya. Achar que está comendo uma maçã é uma ilusão, mas também compreender que não existe é uma ilusão.
Se entregue a tudo sem prender-se a nada.
Você deve libertar-se de todo fruto do seu raciocínio não dando a o valor de real, inclusive o que está compreendendo agora. Por favor, não transforme o que digo em uma verdade: “li que não existe nada, então nada existe”. Ao agir assim criou alguma coisa: um nada.
É preciso se libertar de tudo. O procedimento daquele que busca a Deus é o seguinte: li que não existe maçã, mas não sei se existe ou não. Não se preocupe em brigar contra a existência da maçã, mas lute para se libertar da existência ou não-existência de qualquer coisa.
Esteja simplesmente preocupado em largar tudo e não em criar novas verdades. Deve destruir tudo que existe e não construir nada no lugar. Nem um nada deve surgir como compreensão do processo de reforma íntima.
Para que o ensinamento tenha valor é preciso que compreenda isto. Esse trabalho não tem o objetivo de criar novas verdades, mas está sendo realizado pelo comando de Maria no sentido de transmitir aos seres encarnados que nada devem dizer a respeito das coisas.
NOTA: O amigo espiritual que transmitiu estes ensinamentos afirma pertencer a um grupo de espíritos que, por ordem do ser que viveu a encarnação conhecida como Maria, mãe de Jesus, estão transmitindo à humanidade os ensinamentos necessários à vida no Mundo de Regeneração.
Quando se alcança a elevação espiritual ainda durante a existência carnal, o ser universal não mais dá valor às coisas materiais, mas simplesmente vive sem saber se existe ou não aquilo. Não se apega nem a um lado (existência) ou ao outro (não-existência).
Por isto, também, esse ensinamento não deve ser comparado a qualquer outro que tenha tido conhecimento que busca produzir uma nova verdade. Não deve servir como novas verdades, mas apenas para auxiliá-lo a libertar-se daquilo que até hoje acreditou. Se quiser transformar o seu conhecimento a partir desses ensinamentos estará criando uma nova verdade que um dia terá que ser eliminada.
Nós não queremos que você se apegue a nada como verdade, nem a esses ensinamentos. Qualquer apego não leva à evolução espiritual. Como Cristo ensinou, mais do que praticar aquilo que as religiões ensinam, o ser humanizado deve libertar-se das coisas materiais doando tudo que possui aos pobres.
Portanto, você não deve transformar os ensinamentos que aqui estão em uma verdade, mas se servir deles apenas como instrumento para que passe a duvidar de tudo nesse mundo, até de mim mesmo.
Se duvidar destes ensinamentos, mas também não se apegar em mais nada, alcançou o que estou falando, realizou a evolução espiritual. Aí se libertou de tudo, inclusive desse ensinamento.
É isto que você precisa para realizar a reforma íntima: lutar contra todo fruto do raciocínio. Lutar contra toda compreensão que possa surgir, mesmo que seja a compreensão do que está aqui escrito.
É melhor que não compreenda o que estamos falando. Ao invés de criar verdades, constate apenas que os ensinamentos abalaram todo seu conhecimento anterior e que agora não sabe mais de nada e, por isso, não confia mais em nada.
Nesse momento alcançou a prática do que estou falando e não precisa mais de compreensão alguma para viver.