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Aquilo que é o Atma sempre refulgente de tudo; pelo tempo ilimitado como espaço, puro e sagrado por sua própria natureza; isso eu sou, sem dúvida.

Você é ilimitado pelo tempo.

O que quer dizer isso? Você não tem idade, nunca teve infância, juventude ou velhice, acordar ou dormir. Você é ilimitado pelo tempo.

Esse ensinamento é muito importante para viver essa existência com felicidade. Muitos colocam a sua prisão em períodos de tempo como condicionador da felicidade. Fazem isso porque não entendem que o tempo não existe. Para se ser feliz não é preciso, por exemplo, ser eternamente jovem, mas sim eternamente feliz.

Como afirmam, velhice é uma questão de cabeça, é uma questão de se sentir velho ou não. Não se sentindo velho poderá ser eternamente feliz mesmo que o corpo demonstre sinais de velhice.

Mas, se isso é verdade a necessidade de dormir também é uma questão de cabeça. Seu sono surge da sua criação fantasmagórica que afirma que precisa dormir tantas horas por noite. Ilusão, maya, ou seja, aquilo a que se entrega como verdade.

Por esta prisão à ilusão como verdade, gera o sono e se entrega a ele. O sono, porém, não é real. Foi você, a sua mente, que o criou naquele momento. Ela agiu dessa forma porque você acredita que existe a hora de dormir e a necessidade do repouso.

O ser humanizado não precisa dormir, não precisa se sentir criança nem velho. Só se sente velho quando se sente velho, só sente sono quando sente sono.

Você é ilimitado pelo espaço.

Pode estar onde quiser, na hora que quiser. Não há espaço que separe de nada. Pode separar o corpo, mas não você, pois não é o corpo.

Mesmo assim vive limitado pelo espaço, vive preso ao lugar que está, porque acredita que é o corpo. Sem se locomover não acredita que foi a algum lugar, mas que criou na sua cabeça (imaginou) a ida. A ilusão de não ter ido não foi o que você criou, mas o achar que não foi é sua crença.

Para viver a Realidade é preciso acreditar em você como espírito e em todas as suas propriedades espirituais como já existentes. Para isso é preciso lutar contra as verdades que vivencia atualmente e que limitam em tempo e espaço. Você é o Atma, o espiritual, ilimitado com relação a tempo e espaço.

Você é refulgente, é brilhante, é puro espiritualmente falando: assim declaram os mestres.

No entanto, não se considera assim. Imagina-se um espírito encarnado no nível de elevação de provas e expiações e por causa dessa condição imagina que não presta, que não é elevado. Acredita-se um atrasado, não evoluído espiritualmente falando, um pecador, etc.

Todas essas verdades a seu respeito são ilusões que você mesmo criou, que fez acontecer. Elas, no entanto,  não são reais, pois você, na sua essência, é brilhante, refulgente e puro.

Buda nos ensina: o espírito é luz e está sujo pela poluição adventícia. O espírito é luz e não está sujo pela poluição adventícia. Cristo também diz: vocês são deuses.

Todos os mestres ensinam assim: o espírito é luz.

Não importa se acredita nisso ou não. Aliás, o não se achar puro é a poluição adventícia, o maya, a ilusão, aquilo que surge pela razão que diz que não é puro.

Todos os mestres foram claros quanto à sua descendência: você é filho de Deus. Apenas por isto já deveria se considerar puro.

O Senhor do Universo, a Perfeição, não pode gerar nada que não seja Perfeito, Puro. Deus não pode gerar nenhum espírito sem que seja tudo o que o Pai é. Portanto, você é puro e refulgente por herança genética.

Agora, não consegue exercer essa sua pureza porque não acredita nela, mas sim que é impuro e sujo. Só para fazer um jogo de palavras, diria que está sujo porque acredita que está.

Na hora que lutar contra as impurezas que afirmam que está sujo, conseguirá caminhar para Deus vivendo a sua essência luminosa. Mas, enquanto se achar um pobre coitado não pode chegar ao reino do céu nunca.

Você é sagrado; todos nós somos sagrados.

Você dá valor de sagrado a hinos, músicas, mantras, mestres ou imagens, mas não consegue fazê-lo a si mesmo porque não acredita que é um espírito, filho de Deus.

Você é sagrado para o Universo.  O Universo o vê dessa forma, mas você não. Os espíritos elevados conhecem essa Realidade e lutam para ajudar a se despoluir, para que à consciência do que é na Realidade.

Lutam para que não se acuse de ser ruim, pois se acredita como pequeno, incapaz, apenas um ser humano, um pecador que fez maldades em outra vida e por isso merece estar aqui.  Acreditar nisso é não honrar a sua filiação.

Dizer que é um pobre coitado, um enjeitado, que o mundo não lhe ama é não honrar a sua filiação: Deus, seu Pai. Dizer que a sorte foi madrasta, que só dá azar, que nada acontece de bom na vida é não honrar a sua filiação.

É por causa da ilusão que diz que é e vive que vai se prendendo aos pensamentos, transformando o mundo fantasmagórico do seu raciocínio em realidade. Quando acredita no fruto do seu raciocínio como verdade cria ainda mais ilusões e cada vez mais encobre o seu sagrado com a poluição do maya.

Você precisa se libertar dessa poluição para poder deixar que o seu sagrado, que se encontra no fundo do mar lamacento das suas ilusões. ressurja. Por isso estamos afirmando que o trabalho da reforma íntima não é conseguir coisas novas (elevação espiritual, pureza), mas agir em destruição do que se têm para poder reaver o já se é.

Todo ser humanizado luta a vida inteira para ser feliz, mas já é feliz, já tem a felicidade dentro dele. O problema é que a busca que faz está direcionada para o lugar errado. Procura a felicidade na satisfação de que seu maya se transforme em realidade, ao invés de se voltar para o seu eu sagrado.

Na hora que se voltar para dentro, que buscar a felicidade no ser refulgente que é, no deus que já é, poderá dizer ao seu ego: que você se dane. Pode produzir qualquer verdade fantasmagórica que quiser que não mais cairei nessa ilusão, pois me descobri. Não vou mais me deixar levar por você. Sou livre.

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