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Participante: estou bem melhor em relação a assistir à vida como se apresenta. Percebi que quando uso o não sei para tudo, principalmente na questão da minha filha, que vai para a Europa viver um tempo com o pai e o tio estudar e trabalhar. Uma parte de mim está em paz, mas a outra, que é mãe, fica triste. Sinto a tristeza e logo uso o não sei. Ela vai embora. Minha angústia é quando minha razão cria um sofrimento que diz que minha filha pode se perder no caminho da espiritualidade.
Enfim, será o que Deus quiser. Não sou secretária de Deus. Estou tentando me harmonizar com isso, com o barulho dos bares no fim de semana, com a velhice dos meus pais, com o desemprego do meu companheiro. Não estou narrando isso para me vitimizar. Apenas tento observar. Às vezes consigo e a vida fica leve, mas o meu entorno está um inferno e assim vou. Pode comentar?
Posso.
O nome disso é vida. Não existe vida que seja um mar de rosas, não existe vida que seja calmaria o tempo todo. A vida é composta por altos e baixos.
Você narrou uma série de problemas. Apesar de ver problemas nesses momentos, tenho certeza que se pedir vai conseguir fazer uma lista de coisas boas com esses mesmos acontecimentos. Por exemplo: você fala da velhice dos seus pais, mas que bom que eles estão vivos, não é? Você fala do barulho perto da sua casa, mas que bom que você tem uma casa, né?
É isso, a vida é sempre isso. Cada momento tem um lado ruim, mas tem o bom também. Só que a razão sempre vai realçar o lado negativo da vida e esconder o positivo. Para quê? Para que você sofra, para que encontre justificativa para sofrer.
Lembro que uma disse: quando a tristeza vier, pense em momentos bons da sua vida. Fazendo isso consegue superar o sofrimento, pois consegue ver que a vida não é só a droga que a mente cria.
Viver é isso: saber se equilibrar entre o bom e o ruim, o certo e o errado, o bom e o mau, o justo e o injusto.
Bem viver é saber se equilibrar. Para viver esse equilíbrio, quando a razão elencar as razões para sofrer, rebata mostrando o que de bom tem também na vida.
Ficou claro?