A realidade começa na percepção, ou seja: na audição, na visão, no olfato, no paladar e nas sensibilidades que o corpo físico tem. Essas sensibilidades, tanto faz auditiva, visual, patativa ou do corpo, são descargas elétricas.

Podemos chamá-las de energias elétricas, como são conhecidas pela ciência humana, mas não deixam de ser fluido cósmico universal. Afirmo isso porque o Espírito da Verdade em O Livro dos Espíritos nos diz que tudo que existe é formado pela combinação do fluído cósmico consigo mesmo.

“A matéria é formada de um só ou de muitos elementos? De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva” (O Livro dos Espíritos – pergunta 30).

Portanto, o ego recebe via corpo, a partir dos olhos, do ouvido, do nariz ou da boca ou das sensibilidades do corpo, cargas elétricas ou eletromagnéticas. Depois que isso acontece, o ego (ou mente humana) vai raciocinar o conjunto de cargas elétricas recebido. 

Este raciocínio que é exercido pelo ego pode ser dividido em duas etapas. A primeira é a criação da realidade ou do cenário onde a vida se desenrola.

No ego existem códigos que criam realidades (cenas) através de impulsos elétricos. Isso quer dizer que existem códigos que transformam determinado impulso elétrico em parede, chão, carro, verde, amarelo, azul, etc.

Portanto, a parede que você vê e acredita que seja real, não o é: o que existe é um impulso elétrico capitado pelos órgãos do corpo e levado ao ego que é codificado gerando a forma parede. Ela é uma ilusão porque na verdade o que existe ali é energia e não uma parede construída de tijolos, cimento, areia e água, que, aliás, também são energias que são codificadas desta forma.

É desta forma que se cria a primeira parte da realidade das coisas: o ego codifica a energia elétrica percebida através do corpo dando a ela forma, densidade e características que vocês imaginam conhecer. Com isso se criam os elementos e objetos do mundo material. É assim que um elemento espiritual (fluído cósmico universal) toma a aparência ilusória de um objeto ou matéria.

Parece que estou falando novidade, não é mesmo? No entanto esse mesmo conhecimento é compartilhado pela ciência humana e vocês nem se dão conta da ilusão que vivem.

Segundo a ciência, o olho humano é constituído por uma lente biconvexa, chamada cristalino, que fica situada na região que antecede o globo ocular. No fundo do globo ocular está a retina, que é sensível à luz (energia elétrica/fluído cósmico universal). As sensações luminosas (irradiações de energia elétrica) após serem captadas e projetadas sobre a retina são enviadas ao cérebro pelo nervo ótico.

Só no cérebro a imagem surge. Até lá temos apenas energia elétrica, luminosidade, fluído cósmico universal.

Portanto, o que estamos dizendo não é novidade no mundo humano. A única coisa nova que podemos verificar no que falei é que estas imagens são ilusões e não realidades, mas sobre isso ainda vamos falar.

Apenas para completar o tema, já que pouco tem a ver com nosso estudo de agora, deixe-me dizer algo: isso não vale apenas para os elementos ditos do mundo material. Mesmo naquilo que vocês chamam de mundo espiritual, os objetos e elementos daquele mundo passam a existir da mesma forma: fluído cósmico universal que sofre a ação de uma consciência que cria uma realidade ilusória.

Participante: todas as pessoas decodificam da mesma forma?

Não. Existem, por exemplo, os daltônicos, aqueles que ao invés de ver vermelho, enxergam verde.       

Sei que vocês imaginam que o daltonismo é uma doença, mas não se trata de doença. Na verdade são programações de decodificações diferentes.

O ser que é classificado como daltônico não possui doença alguma. Ele possui uma codificação que classifica de vermelho o que a programação de criação de realidades de outro classifica como verde. É uma programação diferenciada para criar realidades ilusórias diferenciadas.

Isso é só um exemplo. Quer outro? Tem gente que sente um paladar doce numa fruta, enquanto outros que sentem paladar azedo na mesma fruta. Onde está o doce ou o azedo da fruta? Nela mesmo? Se fosse, porque todos não sentem igual?

Participante: e com relação à matéria?

Você diz as formas grandes, como por exemplo, as paredes? Sim, essas quase todos percebem igualmente.

Isso é assim porque há a necessidade de se confirmar a ilusão que se está percebendo para que exista a ilusão daquilo ser real. Se um percebesse uma coisa e outro outra, se saberia logo que a coisa não é real e com isso não haveria o exercício da fé…

Portanto, nesse ponto, todos veem igual…

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