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Acabei de definir a felicidade que o Espírito da Verdade afirma que é a marca daquele que alcança a perfeição, mas, para vocês, nada disse. Isso porque afirmei que ela existe apenas quando não há o prazer ou o pesar.
Mesmo tendo dito que é impossível para vocês conhecer essa felicidade, vou tentar explica-la um pouco. Com isso não a estou definindo, mas apenas usando elementos humanos para dar uma ideia do que é ser feliz.
A primeira coisa que podemos falar a respeito do estado de espírito feliz é que ele corresponde àquilo que na Terra é chamado de paz de espírito. É aquele que surge quando um ser humanizado convive em paz e harmonia com as emoções dos acontecimentos de sua existência. Nesse momento está feliz, mesmo que não seja o estado que vocês classificam dessa forma.
Quando falo dessa forma, pode parecer que expliquei o estado de espírito de felicidade, mas isso ainda não é real. Isso porque os humanos possuem uma compreensão incorreta sobre o que é viver em paz. É a partir dessa realidade que vamos falar um pouco mais a respeito da paz…
Para os humanos, paz é um estado de espírito que surge quando domina o outro e o submete ao seu critério de certo, bom e justo. Ou seja, quando o outro é aquilo que você quer ou quando acontece aquilo que você quer. Só nesse momento diz que está em paz.
Esse estado de espírito, no entanto, não é paz, mas prazer. É prazer porque é uma emoção condicionada, ou seja, precisa que aconteça determinada coisa para que este estado de espírito exista.
A felicidade da qual estamos falando é incondicional; o prazer e o pesar dependem do acontecimento. Ela é fruto de uma opção do ser sem levar em conta o que está acontecendo; o prazer e a dor são respostas aos acontecimentos. O prazer existe quando o acontecimento está de acordo com as ideias individuais de cada um; o pesar quando as ideias individuais não são contentadas pelo acontecimento.
Sendo assim, a paz que pode representar a felicidade que vive o ser que alcança a perfeição não pode depender de acontecimentos. Ela tem que existir sempre, não importando o que está acontecendo. Por isso a compreensão que têm sobre a paz não pode servir para conhecermos a felicidade do espírito.
Um detalhe. Dissemos que a felicidade depende de alcançar um estado de espírito de paz e harmonia. No entanto, na busca desse estado não pode haver uma guerra, nem com o outro, nem consigo mesmo. A paz que existe no estado de espírito feliz acontece quando o ser humanizado convive com as emoções que surgem dos acontecimentos sem guerra, sem guerrear com elas. Mas, o que é guerrear com as emoções?
Guerrear contra as emoções é ir contra elas. É estar contrariado com as emoções que surgem dos acontecimentos. Exemplificando: quando um ser humanizado vive uma emoção de perda, por exemplo, e não a aceita, guerreia contra ela.
Quem vive sem felicidade guerreia contra as emoções; quem vive a felicidade se harmoniza com as emoções que surgem dos acontecimentos da existência humana. Dessa constatação surge a segunda coisa que podemos usar para falar da felicidade: a harmonia com as suas emoções.
O estado de espírito de felicidade que caracteriza a perfeição que alcança quem responde corretamente as questões de sua provação não pode ser construído, mas nasce da harmonização do ser humanizado com as suas emoções.
Essa é a melhor definição que posso lhes dar sobre o estado de espírito de felicidade: ele existe quando não o ser humanizado não guerreia contra as emoções que surgem dos acontecimentos, mas harmoniza-se com elas. Por isso digo, optar pelo bem não é optar pela felicidade, mas sim se harmonizar com as emoções que acontecem durante a vida humana.