Toda a história desse acontecimento começou porque algumas pessoas julgaram-se no direito de falar o que quisessem. Julgaram-se no direito de se expressar do jeito que quisessem a respeito de um tema. Eles achavam que tinham o direito de falar o que quisessem, pouco importando se aquilo que diriam estava ofendendo ou magoando alguém.
Para justificar esse direito, essas pessoas – e agora a humanidade como um todo – usa o argumento da ‘liberdade de imprensa’. Ou seja, usam a liberdade de expressão como argumento para fazer o que quiserem. Mas, será que realmente a liberdade pode dar esse direito a alguém? É sobre esse aspecto que quero conversar com vocês.
O resto das coisas envolvidas neste acontecimento – os desenhos em si, as coisas que cada um dos envolvidos fez, inclusive o ato de matar ou tudo mais que tenha acontecido – é vida, é carma, é prova e missão de espíritos. Por isso, não vou analisar este aspecto. Vou me atentar a questão do direito à liberdade de usar o seu direito de sentir-se livre.
Esse é um ponto fundamental para aqueles que querem aproveitar a encarnação, porque não podemos nos esquecer que Cristo ensinou que o resultado maior de um período de provações do espírito é alcançado quando se ama a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Esse é, portanto, o objetivo da vida daquele que quer aproveitar a sua encarnação,
Será que a liberdade de usar um direito indiscriminadamente está de acordo com esse amor ou o fere? Vamos ver isso.
Antes, mais um aviso. Vocês podem dizer que eu sempre falei que os seres humanizados devem viver uma liberdade irrestrita, mas essa falta de limites tem uma restrição: a sua liberdade precisa estar subordinada ao amor ao próximo. Você precisa sentir-se livre de tudo e de todos, sentir-se no direito de ser, estar e fazer o que quiser, mas, de posse dessa liberdade, precisa verificar se ela vai ferir alguém.
Digo isso porque se não observa esse preceito, se exerce o seu direito de agir ferindo propositalmente o outro em nome dessa liberdade, não amou. Se não houve amor neste momento, a sua liberdade foi fundamentada no egoísmo. Digo isso porque sempre que não existe amor há egoísmo.
Portanto, como disse por diversas vezes, o ser humano precisa viver com liberdade irrestrita, mas, ao alcançá-la, deve usá-la com responsabilidade. Não falo da responsabilidade humana, aquela no sentido de construir ou destruir algo, mas usá-la com a responsabilidade espiritual. Essa responsabilidade consiste em usar a liberdade subordinando-a sempre ao amor.
Quando a liberdade não se transforma numa expressão do amor, no amar ao próximo como a si mesmo, mesmo sentindo-se livre, aquele que busca aproveitar a encarnação não deve viver determinadas emoções. É isso que usaremos como base para nossa conversa sobre os acontecimentos recentes na sede de uma revista em Paris.
Vamos continuar.