Salve filhos! Que a paz esteja com vocês.

Apesar de dizer que não ia mandar mensagem nessa etapa, vou mandar sim. Isso porque apesar de todas as respostas que demos tratar de um tema específico, há um que preciso colocar.

O tema que vamos falar agora é o sofrer, o sofrimento.

O que é um sofrimento? É uma razão guiada pela mente.

Não existe um sofrer que seja emocional. O que existe é uma razão que diz você deve sofrer. Quando isso acontece, o espírito escolhe: ou vivencia o sofrimento ou uma determinada emoção que não tem nada a ver com o sofrimento.

Sobre essa última escolha, melhor do que chamarmos de sofrimento, seria melhor dizer perda de felicidade. É, o que vocês chamam de sofrimento seria melhor definido como perda de felicidade pelo espírito do que qualquer outra coisa.

A criação da razão sobre sofrer, para o espírito sofrer ou perder a felicidade: esse o tema que vamos conversar agora. Queria a máxima atenção de vocês, porque esse assunto é algo que precisa ficar muito claro, já que o sofrimento pode ser vivenciado sem sofrer. Ou melhor: a perda da felicidade pode ser vivida sem perde-la.  

Já me perguntaram muitas vezes se a felicidade é desse mundo, se podemos vive-la aqui. Não, não podemos deixar de ter sofrimento. Apesar disso afirmo que podemos viver o sofrimento, ou seja, a razão que gera a ideia de sofrer, sem perder a felicidade, sem perder a paz. Vamos entender isso.

Todo ser humanizado é egoísta por natureza. Essa é a base da qual precisamos partir. Porque é importante se ter essa consciência? Porque só quem é egoísta sofre. Esse é o motivo pelo qual disse diversas vezes: o sofrimento só existe no mundo de provas e expiação. Fora desse mundo não há sofrimento, não existe perda de felicidade.

Só o egoísta é capaz de sofrer. Como todos os egoístas do universo estão no mundo de provas e expiações, só aqui se sofre.

Mas por que o egoísta sofre? Porque, por força das quatro âncoras, é apegado às suas posses, paixões e desejos. Ele exige que as suas paixões positivas aconteçam e as negativas não.

Quando a paixão positiva acontece diz: ganhei, pois aconteceu o que acho que deveria acontecer. Nesse momento tem o prazer, a exultação de ter sido atendido. Acha que é famoso porque sabe o que tem que acontecer e se sente elogiado, ou seja, admirado, pois gosta daquilo.

Já quando acontece a paixão negativa sente uma contrariedade. Acha que perdeu e tem o desprazer. Acha que foi difamado, que foi criticado.

É a ideia ter perdido, de ter desprazer, ser difamado e receber críticas gerado pela mente que leva o egoísta a sofrer, a viver a perda da felicidade.

Sofrer é viver a ideia de ter perdido.

Já cansei de dizer que o sofrimento nasce da contrariedade. Só que a razão não diz que você foi contrariado. Ela afirma que aconteceu algo errado. Mentira, ilusão, não aconteceu nada errado, só aconteceu o contrário do que você queria.

É isso que precisamos entender. O sofrimento, a perda da felicidade acontece porque existe um egoísmo que cobra vitória, que cobra da vida a fama e o elogio das suas posses, paixões e desejos. Isso é sofrer.

Sabe, você não sofreu porque não conseguiu passar em uma prova, sofreu porque achava que deveria passar na prova. Não sofreu porque não conseguiu comprar determinada coisa, sofreu porque não comprou o que queria ter comprado. É isso que precisamos entender quando se fala em aprender a viver.

O sofrimento nunca é causado pelo mundo externo. Ele é gerado no mundo interno quando o egoísmo cobra da vida a presença das suas posses, paixões e desejos.

Esse é um tema que quero conversar muito forte com vocês. Por causa do que acabei de dizer é que afirmei: harmonia é a palavra. Na hora que se harmonizar com a perda de felicidade você vai ter felicidade.

Está certo, não passei? Não passei, e daí? Vou tentar outra vez. O dia que conseguir, conseguir. Enquanto não conseguir, não consegui. É isso que precisa ser feito.

Você não sofre, você é egoísta. Se está preso ao egoísmo, vive apegado ao egoísmo, sofre. Aprender a viver entender o funcionamento da máquina mental.

A razão vai sempre criando situações, gerando tudo que está acontecendo lá fora e dizendo que é real. Essa criação é como um filme que está passando. Isso acontece para ver como internamente você vai se comportar: se vai ser inteligente emocionalmente, ou seja, entender que aceitar a perda de felicidade faz sofrer ou entregar-se ao egoísmo e exigir que o mundo o satisfaça. Ou seja, é para ver se vai dizer: está bom, não aconteceu o que queria. Vamos deixar para lá. Vou ser feliz do jeito que estou, do jeito que tudo está acontecendo.

É isso. Esse é o tema que quero conversar mais forte com vocês no próximo encontro: sofrer.

Isso é importante porque já respondemos diversas questões e em todas elas haviam sofrimentos específicos. Se ainda não ouviram, ouçam essas respostas. Vocês verão que em cada uma delas estou abordando aquilo que leva à da felicidade em determinadas situações.

Deixe-me fazer uma pergunta: você já viu alguém que vive o que quer, tem o que quer, tudo que gosta, sofrer? Não, só vê sofrer aquele que não consegue o que quer.

É por isso que estou falando sobre sofrimento. Você não perde a felicidade porque não tem alguma coisa, mas o fato de estar preso a ter que ter ou ter que ser.

Aliás, lembro que uma vez disse: respeite a dor do outro, o sofrimento do outro, porque a dor de não ter gasolina para pôr no avião é a mesma de quem não tem comida para comer. Por quê? Porque a dor é originária só de não ter o que quer, pouco importa se é avião ou comida. Por isso não há diferença na dor.

Vamos conversar sobre isso?

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