Participante: você falou em características da mente e as separou do sistema humano de vida só por motivos didáticos, não é?
Sim. Fiz isso só para compreender que a mesma norma e regra pode ser vivida de forma diferente.
Participante: o egoísmo, que é uma característica geral de todo ser humanizado. Essa característica pode ser vivenciada de diversas formas?
A mente pode usar o egoísmo para fazer sofrer, assim como pode usá-lo para fazer você se glorificar.
O que mais? Fala outra característica da mente aí.
Participante: sofrimento.
Sofrimento é resultado não é característica. É resultado dela.
Participante: dualidade.
Professor da lei, aquele que sabe o certo de tudo. Não importa o que alguém está fazendo, está errado.
O pensamento de quem tem essa característica mostra uma ação e instantaneamente julga: ‘não é assim, o copo não é para colocar aqui. É para colocar ali’. Quem disse?
O controlador. Essa característica é um pouco diferente do professor da lei. A mente pode ter as duas ao mesmo tempo ou só uma.
O professor da lei é aquele que critica; o controlador é aquele que além de criticar muda o copo de lugar. Ele não só critica, mas muda as coisas, pois tudo tem que estar tudo sob o seu controle.
Participante: isso é ruim
Sabe porque o controlador age assim? Porque como acha que ele pensa, acha que sabe o lugar certo? Acha que ele está certo e o outro?
Participante: errado…
Participante: se você mora sozinho?
Vai à casa do outro para achar defeitos. Isso quando não critica o que você mesmo faz.
‘Fui na casa de alguém e vi que ele guarda o copo naquele lugar. Olha só. Porque nunca pensei em guardar naquele lugar?’
Esse ainda tem a característica de sofredor, de gostar de sofrer, masoquismo.
Participante: como é que a gente se dá com essa questão do controlador?
Vamos chegar lá. Vocês estão querendo botar a carroça na frente do burro. Enquanto não entenderem o processo, não adianta falar.