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Participante: qual a melhor opção emocional?
Aquela que leve a viver a felicidade, ou seja, aquela que mantenha a paz e harmonia consigo mesmo e com o mundo em que vive.
Para compreendermos melhor essa questão, vamos falar um pouco sobre paz e harmonia.
Paz é o estado de não guerra. Quando é que alguém consegue estar em não guerra com o mundo que vive? Quando não se contraria com o que está acontecendo.
Harmonia é a perfeita convivência com as coisas do mundo. Quando alguém se harmoniza com as coisas do seu mundo? Quando não vê defeitos ou erros nelas.
A partir desta pequena análise, posso, então, dizer que o inteligente emocionalmente é aquele que escolhe não viver as emoções que surgem a partir de razões que indiquem uma contrariedade ao que está acontecendo ou que qualifiquem o acontecimento como errado ou defeituoso. Quando consegue superar estas emoções pode, então, viver uma felicidade incondicional, uma felicidade que não depende de nada e por isso pode existir sempre.
Vou dar um exemplo para ficar mais claro o que estou dizendo. Digamos que ao ler estas palavras você não esteja concordando com o que estou dizendo. Desta não concordância poderá surgir em você diversas emoções: chateação, perda de tempo, etc. Ao invés de entregar-se a ela, porque simplesmente não para de ler o que está escrito aqui? Se fizer isso, não viverá estas emoções e poderá ser feliz.
Outro exemplo. Você passa na rua e vê uma criança com fome e suja. A primeira coisa que surge em sua mente é pena, aborrecimento, contrariedade pelo estado dela. Em seguida vem a vontade de fazer justiça e com isso o pensamento de criticar o governo e os demais seres humanizados que não fazem nada por aquela criança. Se ao invés de viver todas estas emoções que surgem da contrariedade auxiliar aquela criança dando-lhe o que comer e providenciando para que tenha melhores condições de vida, não estará fazendo mais bem a ela do que se entregando a estas emoções?
Claro que sim. Estará, também, fazendo mais bem a você, porque estará agindo inteligentemente.
Diga-me uma coisa: o que a sua pena, a chateação e a raiva de quem não ajuda pode fazer por aquela criança? Nada. Estas emoções apenas servem para tirar a sua paz e tranquilidade, ou seja, servem apenas para que se contrarie, sofra, ou seja, não viva feliz.
É por isso que aquele que opta por fazer alguma coisa ao invés de se entregar às emoções que surgem da contrariedade é inteligente. Aquele que reage as emoções negativas é inteligente porque faz algo de bom por si ao invés de placidamente se entregar ao sofrimento.
Este é o inteligente emocional. É aquele que ao invés de entregar-se à vivência da emoção que surge da contrariedade age, se possível, para consertar aquilo que o contraria. Mas, se encontra algo que não pode consertar, como por exemplo, a opinião de outro, como agir inteligentemente neste momento? Vivendo a oração dos Alcoólicos Anônimos:
Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos, e Sabedoria para distinguir umas das outras.
Esta oração, que se chama ‘Oração da Serenidade’ é uma arma para quem quer alcançar a inteligência emocional. Pense comigo: que adianta se contrariar, sofrer, com algo não pode mudar? Que adianta criticar que não faz o que achamos errado, isso vai mudá-lo? Acho que por experiência própria vocês sabem que não. Então é preciso aceitar as coisas como ocorrem e com isso conseguir um pouco de paz.
Esta é a inteligência emocional. O inteligente é aquele que age quando pode para viver feliz, mas quando não pode, ao invés de se entregar às emoções da natureza humana, permanece sereno. É aquele que ao invés de aceitar as emoções propostas pela mente, permanece em estado de harmonia com a vida.
Aquele que alcança a inteligência emocional é quem vigia sua mente. Através dessa vigilância descobre os pensamentos que geram emoções que estão ligadas à contrariedade. Identificando verifica se pode acabar com aquilo que não concorda. Se puder altera o acontecimento; se não puder, mantém-se em paz.
No caso da criança suja e faminta, se pode ajuda, se não pode reconhece sua incapacidade. Faz o que estiver ao seu alcance, mas não se deixa levar pela revolta e crítica a quem não ajuda.