Intenção de evoluir

Participante: Mas, se você diz que temos que aprender para nós mesmos, como diz que todo aprendizado só serve para alimentar o ego? Conforme você afirmou, enquanto eu desejar a minha elevação não conseguirei. Para procurar mudar temos que conhecer os caminhos antes de ir e para isso precisamos desejar conhecê-los.

Conhecer um caminho é uma coisa; desejar seguir este caminho é outra. Veja: tudo que nasce como fruto de um desejo, de uma vontade, é dualista, ou seja, pode acontecer ou não. Se acontecer, você tem prazer (eu queria e consegui); se não acontecer, você sente dor (eu não queria e aconteceu). Portanto, tudo que é dual não pode levar à felicidade incondicional.

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A elevação de cada um

Participante: A partir do que o senhor está comentando, me veio um raciocínio sobre o isolamento. Todos os mestres que estudamos até agora depois da “revelação” se isolam do mundo. Paulo inclusive falou nisto hoje: ele se isolou depois da “revelação”. Mas isto também aconteceu com Buda, com o próprio Cristo. Mas, a sua fala, o seu ensinamento, não coloca isto como uma regra: não é preciso isolar-se fisicamente para as tentações. Se os mestres precisaram do isolamento para solidificar a “revelação” que receberam, existe uma fórmula para nós solidificarmos o que estamos aprendendo, sem o necessário isolamento?

Deixe-me explicar uma coisa. A ação de cada ser humano, a “vida” de cada ser na carne, é diferente. Cristo, Buda, Paulo, tiveram uma “vida“ diferente da sua. Nela cada um destes espíritos precisava ter muito claro o caminho da elevação espiritual porque a missão deles era fundamental para a humanidade.

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Lidando com o desejo

Participante: Até então havia compreendido que tínhamos que vencer os desejos. Não é bem assim? Posso até desejar, mas se não sofrer por não conseguir já me aproximo de Deus? Por exemplo, se eu desejo um carro novo, posso até continua desejando, mas se não o conseguir não devo sofrer: é isto?

Veja bem: a evolução espiritual se dá em etapas. Ninguém pula ou elimina qualquer das fases da evolução. Por isto, para se alcançar o objetivo da existência carnal (alcançar a perfeição, se elevar) tem que ser igual a preto-velho: custa a colocar o pé na frente, mas quando põe não tira.

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Aprenda a conviver com o desejo usando a fé

Eu fui morto na cruz com Cristo. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que agora eu vivo, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, quem amou e se deu a si mesmo por Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. Não rejeito a graça de Deus. Pois, se é por meio da Lei que as pessoas são aceitas por Deus, então não adiantou nada Cristo morrer!

Veja bem: se uma pessoa for aceita por Deus simplesmente porque cumpriu a lei, porque fez tudo aquilo que é apontado como certo pela humanidade, então, posso afirmar que Cristo não foi aceito por Deus.

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Só ama quem está morto para a lei

(Gálatas 2, 17)

Mas será que isso quer dizer que Cristo ajuda o pecado a progredir? Claro que não! Se eu começo a construir de novo o que destruí, isso prova que estou quebrando a Lei. Portanto, quanto à Lei, estou morto pela própria Lei, a fim de viver para Deus.

Relembrando o que Paulo já havia nos ensinado, a lei é que cria o pecado. Mas, por lei não podem ser entendidos apenas os códigos doutrinários das religiões, mas todo dualismo com que vive o ser humanizado.

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Os caminhos da salvação

(Gálatas 2, 15)

Nós somos judeus de nascimento e não pecadores como os não-judeus. Porém sabemos que todos são aceitos por Deus pela fé em Jesus Cristo e nunca por fazerem o que a Lei manda. Assim nós também temos crido em Cristo Jesus para sermos aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não por fazer o que a Lei manda. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a Lei manda. Quando procuramos ser aceitos por meio de Cristo, fica claro que somos pecadores como os não-judeus.

Ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei manda!

Isso quer dizer que de nada adianta ir à missa todo domingo, ao centro espírita toda quarta feira, à macumba as sextas, se vai por obrigação, para cumprir um mandamento legal. Não adianta nada procurar sua elevação espiritual, se a está procurando por obrigação, para satisfazer uma lei.

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O trabalho de Joaquim

Participante: então, o que vocês estão fazendo aqui?

Mostrando um caminho que você é livre para seguir ou não.

Participante: mas antes de mostrar esse caminho alguém julgou que nós não estávamos no caminho certo. Desta forma o senhor se contradiz, pois acabou de dizer que devemos deixar cada seguir o caminho que quiser. Explique-me isto, por favor.

É que para os seres humanizados se não é certo, é errado. Para nós não existe certo ou errado, mas um caminho que vai lhe manter na humanização e outro que levará à elevação espiritual. Isso não quer dizer que reconheçamos um como certo ou outro como errado.

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Os caminhos da vida

Participante: então, como ficam todos estes ensinamentos que vocês têm passado. Não é isto que estão fazendo conosco, ou seja, nos chamando de errados e querendo nos mudar?

Não, nunca briguei com ninguém dizendo que estava errado. Quando aponto um modo de proceder sempre afirmo com a seguinte intenção: mostrar que o ser humanizado age desta forma e o ser espiritualizado age de outra.

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Tenha o jugo leve

(Gálatas 2, 11)

Quando Pedro veio a Antioquioa, eu o repreendi em público porque ele estava inteiramente errado. Antes de chegarem ali alguns homens que Tiago tinha mandado, Pedro comia com os irmãos que não eram judeus. Mas, depois que aqueles homens chegaram, ele não queria mais comer com os não-judeus porque tinha medo dos que eram a favor da circuncisão dos não judeus. E também os outros irmãos judeus começaram a agir como covardes, do mesmo modo que Pedro. E até Barnabé se deixou levar pela covardia deles. Quando vi que não estavam agindo direito, nem de acordo com a verdade do Evangelho, eu disse a Pedro diante de todos: “Você é judeu, mas não está vivendo como judeu e sim como os não judeus. Como é então que você quer obrigar os não-judeus a viverem como judeus”?

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Paulo, o pai do cristianismo

Mas aqueles que pareciam ser os líderes – digo isso porque para mim não importa o que eram, pois Deus não julga pela aparência – aqueles líderes, repito, não me deram nenhuma ideia nova. Ao contrário, eles viram que Deus me tinha dado a responsabilidade de anunciar a Boa-Notícia do Evangelho aos não-judeus, assim como tinha dado a Pedro a tarefa de anunciá-la aos judeus.

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